Economia
Transporte marítimo para América é mais barato a partir de Espanha
O preço da energia e a carga fiscal continuam a ser os principais custos das empresas
Apesar de os custos com telecomunicações, viagens de avião e equipamentos informáticos terem diminuído nos últimos anos, as empresas portuguesas continuam a ser sobrecarregadas com impostos, custos energéticos e de transportes que lhes retiram competitividade.
Sabia que o transporte marítimo para o continente americano é mais barato a partir de Espanha, apesar de Portugal estar mais próximo a nível geográfico?
O exemplo é deixado por Joaquim Gomes, director geral da Normax – Fábrica de Vidros Científicos, na Marinha Grande, que garante ainda que, ao nível dos transportes da Ásia, consegue melhores preços se forem negociados via Alemanha.
O empresário garante que “a Normax precisa de fazer um muito maior esforço financeiro e humano” para ter um lugar activo no mercado, devido à localização geográfica de Portugal e aos custos comparativos serem mais altos. E deixa mais um exemplo: é mais barato viajar para o Brasil e outros países da América do Sul através de Espanha. “Onde está a TAP?”, questiona.
“O valor de aquisição de todas as rubricas que compõem a nossa estrutura de custos nunca parou de subir”, afirma Joaquim Gomes. “Refiro o gás natural com o peso relativo mais importante na Normax, 30% dos fornecimentos e serviços externos, mas também os transportes de mercadorias (cerca de 20%), as despesas com viagens e combustíveis (cerca de 20%).”
Espanha volta a ser o termo de comparação utilizado pelo director geral da empresa da Marinha Grande. “Não é admissível termos o gás natural mais caro do que a Espanha e a Alemanha e os combustíveis serem de 20% mais caros do que em Espanha.”
Não esconde, por isso, que tendo em conta que a concorrência mais directa se localiza no centro da Europa e que o melhor mercado é o europeu, a localização geográfica, associada a todos os custos de estrutura serem mais elevados em Portugal, colocam a Normax numa “situação débil”.
O director geral da empresa de vidro científico lamenta que não exista uma estratégia para Portugal sustentada por acções concretas. “Existe sim, um discurso político de sucessivos governantes que o fazem apenas para cumprir programa eleitoral.”
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