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Rafael Almeida, cineasta: "O meu sonho estende-se a todas as regiões do interior"

7 jan 2016 00:00

Esta semana o Almanaque do JORNAL DE LEIRIA rumou a terras do norte do distrito

Daisy Ridley
Edgar Wright
Edgar Wright
Edgar Wright
Ornatos Violeta
Ornatos Violeta
Ornatos Violeta
Pára-me de Repente o Pensamento
Pára-me de Repente o Pensamento
Pára-me de Repente o Pensamento
Rafael Almeida
Rafael Almeida
Rafael Almeida

Se não estivesse ligado ao mundo da arte, o que seria?
Antes do chamamento do cinema, sempre desejei ser engenheiro informático. Desde pequeno que o universo da tecnologia me fascinou. Se não estivesse ligado à 7.ª arte, estaria numa área relacionada com o mundo tecnológico.

O projecto que mais gozo lhe deu fazer
Até hoje foi realizar o Que é Feito dos Dias na Cave. Sinto que evoluí muito. Fazer esta curta-metragem foi uma fantástica aventura, desde o início ao fim. Foram longos os meses de pré-produção, para preparar uma rodagem que apenas foi possível graças a todas as pessoas que nos ajudaram e ao empenho da extraordinária equipa, da qual me orgulho de ter feito parte. O filme é de todos nós.

O espectáculo, concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
Durante toda a minha adolescência, ouvi e admirei os Ornatos Violeta. Penso que o concerto de reunião da banda a que assisti no Coliseu de Lisboa, em 2012, foi o espectáculo que mais me ficou na memória. Foi um reviver de emoções sem igual, com muita nostalgia à mistura.

O livro da sua vida
Não consigo destacar o livro que mais me marcou até hoje.

Um filme inesquecível
De entre os muitos filmes inesquecíveis que já vi, gostaria de salientar um muito recente, de 2014. Pára-me de Repente o Pensamento, de Jorge Pelicano, é um documentário fenomenal, que retrata o mundo da esquizofrenia num hospital psiquiátrico, através de um actor, Miguel Borges, que se encontra em busca profunda pela sua personagem, para uma peça de teatro. Este filme é absolutamente genial. Um turbilhão de emoções, que nos faz rir e chorar.

Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
Escolheria uma banda sonora original, com influências de Cliff Martinez, nuns momentos, e John Williams noutros.

Um artista que gostava de ter visto na Casa da Cultura de Figueiró dos Vinhos?
Muitos foram os artistas que vi em criança, projectados na tela de cinema da Casa da Cultura de Figueiró dos Vinhos. Adorava voltar a ter cinema em Figueiró e poder ver muitos mais artistas transportados para a nossa terra, através da magia do cinema.

Uma viagem inevitável
Penso já ter feito a minha viagem inevitável. Desde criança que sou fascinado por Londres e ainda mais desde que lá fui pela primeira vez. A arquitectura, a tradição britânica e ao mesmo tempo a multiculturalidade, o sentimento de estar no centro do mundo e ter acesso a tudo, desde as maiores exposições, até aos maiores concertos e espectáculos. Já visitei a cidade por três vezes e espero visitá-la muitas mais.

Um vício que não gostava de ter
Não me considerando uma pessoa de vícios, considero-me uma pessoa com muitos defeitos. Destacaria talvez a minha teimosia, mas como nem sempre é mau ser teimoso, gostaria apenas de a atenuar, em certas situações.

Um luxo
Adorava que fosse encontrada uma alternativa para a distribuição de cinema português no nosso País, sobretudo em relação às curtas-metragens, pois penso ser lamentável que a sua distribuição não seja eficaz e se limite aos festivais de cinema, que se realizam sobretudo nos grandes centros urbanos.

Uma personalidade que admira
São muitas as personalidades que admiro, mas gostaria de realçar Edgar Wright. Sempre admirei a comédia visual deste realizador britânico, que consegue parodiar de forma genial todos os temas sobre o qual se debruça, desde a série televisiva Spaced, de 1999, criada em conjunto com Simon Pegg, passando pela Trilogia dos Três Sabores de Cornetto, sendo de destacar Shaun of the Dead, de 2004, uma fantástica paródia aos filmes de zombies, até Scott Pilgrim vs.The World, de 2010, uma soberba homenagem ao mundo dos videojogos retro.

Uma actriz que gostava de levar a jantar
Recentemente, mergulhei de cabeça no universo de Star Wars. Nunca fui um grande fã da saga, mas decidi rever os filmes da trilogia original e fui engolido pela cultura popular. Por este motivo, neste momento, levaria a jantar Daisy Ridley, a protagonista do primeiro filme da nova trilogia. A actriz britânica interpretou de forma exemplar a nova heroína da série, Rey, nesta que foi a sua estreia, numa grande produção norte-americana.

Um restaurante da região
O restaurante Varanda do Casal, situado no Casal de São Simão, pela sua qualidade gastronómica e pela sua localização, numa belíssima aldeia de xisto.

Um prato de eleição
Destaco a Tiborna de Bacalhau, do restaurante anteriormente referido.

Um refúgio (na região)
Esta região é repleta de extraordinários refúgios, mas para mim, não existe nenhum como o Casal e Fragas de São Simão.

Um sonho para Figueiró dos Vinhos
O meu sonho estende-se a todas as regiões do interior. Era muito bom ver os jovens a apostarem mais nestas pequenas vilas, aproveitando as suas potencialidades. Nos tempos que correm e com todas as tecnologias que se encontram à nossa disposição, são muitas as áreas de negócio que só têm vantagens em instalar-se numa vila como Figueiró dos Vinhos, em vez de um grande centro urbano. A qualidade de vida aqui é superior, o custo de vida é muito inferior e facilmente nos deslocamos a qualquer ponto do País.