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Primeiro festival de cinema de comédia em Portugal arrancou em Pombal com filme ao ar livre
HaHa Art recebeu já mais de 200 candidatos para a parte da competição
O HaHa Art vai ser o primeiro festival de cinema de comédia a ser realizado em Portugal e acontecerá em Pombal, até Novembro.
Para esse mês, estão reservadas seis sessões competitivas de 40 filmes, nos dias 18, 19 e 20, no Auditório Municipal e no Teatro-Cine de Pombal.
No final, serão atribuídos os prémios ao melhor filme e realizador internacional e nacional e o Prémio do Público.
O festival começou ontem, quinta-feira à noite, com a exibição de “O grande ditador”, de Charlie Chaplin.
Esta foi a primeira sessão de um ciclo ao ar livre que decorre até Setembro, junto à Biblioteca de Pombal.
O programa contempla idas a lares para recordar comédias portuguesas e oficinas de realização em escolas do ensino secundário.
O diretor do festival, Carlos Calika, explica que o HaHa Art ocupa uma lacuna.
“Em Portugal há uma série de festivais, alguns temáticos, mas a maioria são generalistas. E a comédia não existe. Em Portugal e também a nível mundial, porque não há muitos festivais que lhe sejam dedicados”.
O festival organizado pelo CineClube de Pombal pretende colocar a cidade no mapa cinematográfico com uma proposta diferente, que procura “dar valor à comédia e apoiar o cinema de comédia nacional”.
Para Carlos Calika “é irónico” que o humor esteja “na origem do cinema, com o Chaplin e o Buster Keaton, dois pilares essenciais da comédia”, mas hoje em dia é “um género subvalorizado”.
“Os grandes ‘reis’ de bilheteira são as comédias. Mas depois não há um festival dedicado à comédia. Talvez por ser comédia, as coisas não são tão levadas a sério”, equaciona Calika.
Apesar de “ser visto como um género menor”, o também realizador lembra que filmar humor “tem muito que se lhe diga”:
“Não é só a piada fácil, o ‘sketch’, a queda, o ridículo. Há vários tipos de humor e o inteligente é o mais difícil de fazer”.
Desde que o HaHa Art abriu inscrições, no início de Julho, têm chegado a Pombal muitas formas de comédia para análise.
“Por incrível que pareça, o feedback tem sido avassalador. Já temos quase 200 filmes de cerca de 30 países”, afiança o director, lamentando, em contrapartida, o baixo número de candidatos nacionais.
A maioria dos filmes inscritos vem de Espanha, Estados Unidos da América e China, mas também há argelinos, islandeses, chilenos, arménios, iranianos, entre outras nacionalidades.
O resultado, admite Carlos Calika, é uma fase de pré-selecção com “trabalho árduo da equipa” porque, além da quantidade, há diferentes abordagem ao humor:
“Nota-se o reflexo das diferentes sociedades. Há aspectos que supostamente são humor nos países de origem e nós não o entendemos como tal. É uma questão cultural”.