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Palavra de Honra | Já não há paciência para ideias formatadas

10 dez 2020 12:01

Tiago Pedro, fotógrafo

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- A ideia… de criar um negócio diferente de todos os outros com uma certa safadeza e atrevimento é muito bom mas depois lembro-me que habito numa bola de 8 bilhões de seres humanos e que de certeza que esse negocio já existe.

- Detesto… aquela forma estranha de chamar a minha pessoa por “amigo“, quando vais aquela mercearia e te dizem - “Boa tarde amigo…“ ou até quando vais a um restaurante em modo “take way“ e te dizem - “É tudo amigo??… “ Talvez seja por isso que quando eles partem para o mundo dos falecidos acabamos por dizer- “ Ela era amigo do seu amigo… “

- Questiono-me se… fossemos todos da mesma “raça”, o mundo seria uma espécie de orgia de simpatia uns com os outros, em que o resultado dessa orgia nos questionava sobre a existência de outras “raças”.

- Adoro... sem sombra de dúvida a nossa cidade de Leiria, esta cidade de artistas, músicos e também dos “pseudo”, esta cidade em que irá existir sempre os cá de baixo e os lá de cima, do alto de S.Romão. 

- Já Não há paciência…para ideias formatadas em que toda a gente pensa que ainda não existe isto ou aquilo, arranjam sempre forma de iniciar um negócio ou actividade que pensam ainda não existir nesta bola redonda de 8 bilhões de seres racionais.

- Lembro-me tantas vezes... de uma época em que podíamos fazer o que nos apetecesse até ficarmos sem luz natural na rua e que a única preocupação era chegar a casa às 20h para jantar.

- Desejo secretamente... uma bela saída à noite com dois ou três camaradas num bar qualquer desses diferentes que existem em Leiria e acabar esta mesma noite a pensar que teria que repetir isso tudo outra vez.

- Tenho saudades... dos tempos em que a minha mãe me ia buscar à meia-noite, eu esperava-a naquela velha cabine telefónica junto à câmara municipal onde sem telemóvel e sem dinheiro, tinha que lhe ligar com uma chamada a pagar no destino.

- O medo que tive… lembra-me o Mundial 2006 em que Portugal ganhou á Holanda e nesse mesmo dia esta alma decidiu ir festejar para a fonte luminosa e saiu de lá em braços porque, sem nada o prever, levei um enxerto de porrada. Serviu para nunca mais utilizar a frase - “Tenham calma pá…“

- Sinto vergonha alheia... quando alguém, por algum motivo, decide se exibir perante uma multidão de gente e as coisas não correm bem.

- O futuro... será uma espécie de “Matrix“, em que as pessoas não distinguem a realidade da ficção e onde eu gostava muito que existisse aquela orgia de simpatia e altruísmo que se vai perdendo.

- Se eu encontrar...  a pessoa que se lembrou de utilizar uma faixa de rodagem como ciclovia, irei fazer com que a mesma invente uma bicicleta de 4 rodas e que tenha piscas.

- Prometo… que irei defender a minha cidade, a cidade de Leiria com unhas e dentes. Se houver alguém que diga mal de nós irá certamente levar uma “ malha de cachaporra” como só nós sabemos dizer.

- Tenho orgulho... em ser Português, ser Leiriense, mas mais ainda, tenho orgulho na minha capacidade de trazer para cá a minha mulher que sendo de Aveiro, foi obrigada por mim a ficar por cá.