Opinião

Reformar Portugal

28 jun 2024 16:36

As medidas estruturantes demonstram que temos um executivo de mangas arregaçadas

Luís Montenegro repetiu inúmeras vezes durante a campanha eleitoral o seu propósito maior: mudar de Governo e dar uma alternativa, com esperança, a Portugal e aos portugueses.

Talvez por isso os portugueses lhe tenham dado a vitória, por acreditar que alguém podia fazer diferente e melhor, depois da desilusão de governos socialistas que não foram capazes de rasgo e de ambição para projectos estruturantes.

Foram anos de powerpoints bem desenhados e com excelentes representações, mas no final do dia nunca passaram disso mesmo.

No entanto, como a vitória da AD foi curta, desde logo começaram os vaticínios de qual a durabilidade deste Governo. Mais, o seu futuro dependeria da qualidade da sua acção nos primeiros seis meses, onde o grande embate seria o Orçamento do Estado para 2025.

Logo os arautos da desgraça viram um arranque frouxo e apostavam que talvez nem chegasse a Outubro. O que é verdade é que depois dum começo com alguns percalços, o primeiro-ministro teve a capacidade, que também muitos diziam que lhe faltava, para ultrapassar as normais dificuldades de quem chega de novo a qualquer função e tem que perceber o seu funcionamento e a sua dinâmica.

Julgo que, hoje, ninguém duvidará que a capacidade de liderança de Luís Montenegro é uma das maiores garantias de que este Governo poderá durar mais do que inicialmente vaticinado. E porquê? Porque os portugueses votaram pela Mudança e estão mais interessados na resolução dos seus pro-blemas, do que dos jogos florais na Assembleia da República, apesar do Governo ter todo o interesse em promover o diálogo com todas as forças políticas aí representadas.

E estes pouco mais de 3 meses de governação, goste-se mais ou não se concorde mesmo, tem demonstrado isso mesmo: um Governo dinâmico, com vontade de reformar Portugal. Senão vejamos.

Foi decidida a localização do novo aeroporto de Lisboa, que se arrastava há anos sem que que se chegasse a qualquer conclusão

Foi apresentado o Plano Construir Portugal, por forma a acelerar o grave problema que se verifica no sector da habitação.

Aumentou-se o complemento solidário para idosos, dando mais condições a quem mais precisa.

Apresentou-se um programa de desagravamento fiscal, com particular incidência no rendimento do trabalho e com medidas específicas para os jovens.

Com o caos instalado na Saúde há tempo demais, foi dado a conhecer o Plano de Emergência da Saúde.

Depois de inúmeras greves que afectaram a formação de milhares de jovens, foi finalmente possível chegar a um acordo para a recuperação do tempo dos professores.

Muito mais já foi feito, mas estas medidas estruturantes demonstram que temos um executivo de mangas arregaçadas, para trabalhar em prol de Portugal, assente na visão reformista dos partidos que suportam o actual Governo.