Sociedade

Reitor admite "atraso considerável" na construção do novo altar do recinto do santuário de Fátima

10 out 2015 00:00

O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, admitiu existir um “atraso considerável” na construção do novo altar do recinto, cuja conclusão estava prevista para domingo.

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“Aquilo que é possível dizer é que os trabalhos estão a decorrer em bom ritmo, mas existe de facto um atraso considerável na execução desta obra”, afirmou à agência Lusa Carlos Cabecinhas.

Segundo o sacerdote, o santuário já tinha conhecimento de que “havia uma dificuldade grande em ter tudo concluído no dia 11 [domingo], como estava contratualizado”.

“No entanto, temos de reconhecer que, neste momento, o atraso é superior àquilo que esperávamos. Não nos é possível, neste momento, contabilizar, nem sequer avançar com uma data previsível [do fim] dos trabalhos”, declarou.

O reitor do Santuário de Fátima, templo que acolhe a peregrinação internacional aniversária de Outubro na segunda e na terça-feira, explicou que o “atraso deve-se, fundamentalmente, à complexidade da própria obra e a alguns aspectos que pareciam relativamente fáceis de execução e que não serão assim tão fáceis”.

“Esta é uma obra que, não sendo muito grande, é de muita complexidade e de muita sensibilidade, e os atrasos têm a ver, sobretudo, com a delicadeza e a sensibilidade de alguns dos trabalhos que é preciso realizar”, precisou.

Questionado com declarações anteriores nas quais garantiu que as obras no âmbito do centenário dos acontecimentos de Fátima, que se assinala em 2017, estariam concluídas até ao final deste ano, o padre Carlos Cabecinhas reiterou que “esse é o desejo do santuário, que em 2016 não haja qualquer obra” no templo.

A construção do novo altar do recinto de oração, para substituir o anterior, inaugurado em 1982 por ocasião da primeira visita do papa João Paulo II a Fátima, mas sempre assumido como provisório, começou em Março, estando desde então um altar provisório, de menor dimensão, ao serviço das grandes celebrações.

Na apresentação do projecto do novo presbitério, naquele mês, o reitor esclareceu que o anterior mostrava “sinais do natural desgaste e envelhecimento” e tinha “insuficiências técnicas e litúrgicas”.

O novo altar, com capacidade para 120 concelebrantes, vai descer 2,4 metros na escadaria face ao anterior, ficando mais perto da assembleia, sendo que a cadeira do presidente da celebração fica no eixo central do santuário.

A estrutura tem uma cobertura para protecção das condições meteorológicas feita em fibra de vidro que, com o calcário da região, são os dois principais materiais da construção da estrutura.

No piso inferior do altar vão ficar um conjunto de serviços de apoio às celebrações, como a sacristia e áreas técnicas, estando já definidos como autores de obras de arte Filip Moroder Doss, João Mendes Ribeiro e Fernanda Fragateiro.

Agência Lusa/Jornal de Leiria