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Produções do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Nacional S. João para ver em Pombal e Ourém
Esta sexta-feira, dois espectáculos que questionam os alicerces das sociedades modernas

Produção do Teatro Nacional D. Maria II com o apoio da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, a peça Auto das Anfitriãs é apresentada esta sexta-feira, 30 de Maio, no Teatro-Cine de Pombal, com início às 21:30 horas.
Criação de Inês Vaz e Pedro Baptista, a partir de Luís de Camões, para maiores de 12 anos, tem interpretação de Cire Ndiaye, Inês Vaz, João Grosso e José Neves, participação especial de Tita Maravilha e cenografia de Pedro Azevedo.
Lê-se na nota de divulgação: “Mil quinhentos e troca o passo. Camões escreve o Auto chamado dos Enfatriões (…) que se inspirou num texto de teatro da época romana: o famoso Anfitrião de Plauto. Trata-se, por isso, de uma peça a partir de uma peça a partir de um mito”.
“A trama de Anfitrião e Almena foi (re)escrita várias vezes ao longo dos tempos. Depois de Plauto, veio não só Camões, mas também Molière, John Dryden, Heinrich von Kleist, Giselher Klebe, Jean-Luc Godard e outros tantos”, é explicado no site do Teatro Nacional D. Maria II.
“Auto das Anfitriãs é mais uma de muitas derivações (…) Uma peça de doudos, cheia de confusões, que, atendendo à efeméride, surge em jeito de celebração, concerto e feira de enganos, procurando questionar alguns dos alicerces da actualidade e dançando ao som do zeitgeist do século XXI”.
Também esta sexta-feira, mas no Teatro Municipal de Ourém, é apresentada a peça Homens Hediondos, uma produção do Teatro Nacional S. João.
“Quem são os homens hediondos? Criaturas feias, repugnantes, monstruosas? Ou pessoas banais com quem nos relacionamos todos os dias, no trabalho, nos transportes, nos cafés, em casa?”, questiona-se na sinopse. “Essa imensa maioria que perpetua os mesmos comportamentos e relações de poder, e cuja violência muitas vezes aceitamos em nome da estabilidade e do nosso estilo de vida”.

Para maiores de 16 anos, o espectáculo com encenação, tradução, dramaturgia, vídeo, figurinos e cenografia de Patrícia Portela parte do livro Breves Entrevistas com Homens Hediondos (1999), do escritor norte americano David Foster Wallace.
Com início às 21:30 horas, é um solo interpretado por Nuno Cardoso e tem a duração de 1 hora e 45 minutos.
“Para nos confrontar com aqueles momentos em que somos apanhados a tolerar um sistema que tão activamente condenamos”, é referido no site do Teatro Nacional S. João. “Recorrendo às capacidades metamórficas e camaleónicas de Nuno Cardoso, a dramaturga faz desfilar vários monólogos de personagens masculinas que se vão transformando em homens cada vez mais hediondos. Até que ponto seremos capazes de reconhecer nestas histórias a nossa própria história?”