Viver
Palavra de Honra | Todos somos limitados até querermos ser mais
Victor Santos, responsável pela Biblioteca Municipal de Leiria
- Já não há paciência ... Para o Putin, esse ignóbil ditador, que massacra diariamente um povo livre, pessoas com estórias, com alma, com família, com emoções e sentimentos. Mais de 10 milhões saíram dos seus lares, arrastados e perseguidos pela guerra. O José Milhazes é que traduziu bem…
- Detesto... A deslealdade, a falta de ética, a corrupção e a incompetência. Todos somos limitados até querermos ser mais. O Senhor de bigode, com os pés de lado e a bengala a rodar dizia “a persistência é o caminho para o êxito”.
- A ideia... de Utopia. Na não realidade tudo é melhor, funciona melhor, é mais justo, mais equitativo, todos têm as mesmas oportunidades, independentemente da raça, credo e confissões.
- Questiono-me se...andamos sozinhos nesta imensidão do cosmos. Sabe bem acreditar nos ovnis, no caso Roswell, nem que seja para pensar que existe uma alternativa melhor do que nós.
- Adoro... Ver crescer o meu filho, tornar-se Homem, errar, levantar-se, lutar, perceber o que o rodeia, fazer o melhor dele. O amor de Pai faz-nos errar, sempre com a melhor intenção do Mundo, proteger a cria, abrir-lhe os olhos, sobreviver. O erro é sempre melhor do que a passividade.
- Lembro-me tantas vezes... de imaginar África, tentando recriar a minha passagem em pequeno, mais imaginando do que recordando, o cheiro, as cores, a paisagem, as pessoas, o calor, a alegria. O sonho de um mundo melhor.
- Desejo secretamente... que as pessoas em geral sejam melhores, mais humanas, compreensivas, autênticas, olhando para o outro, com os olhos com que se veem a si mesmas.
- Tenho saudades...de ver os olhos azuis da minha mãe, a sua tez clara, os traços do rosto perfeitos, com as mãos e os braços num diálogo de afagar.
- O medo que tive… da matemática. Números e fórmulas que sempre me assustaram. São direitos, tangíveis e objetivos. Parecem simples de compreender, e deve ser brutal entender a sua lógica de funcionamento. Mas sempre vi neles monstros dantescos difíceis de superar.
- Sinto vergonha alheia... Pela incompetência e conluio que grassa por aí, que nos mancha, como uma nódoa que não sai. Todos podemos tentar sempre fazer melhor, sem esperar nada em troca. Fazer por nós e pelos outros, caso contrário, como disse Bertolt Brech “… como não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo “.
- O futuro... Tem que ser risonho. O Planeta está cada vez mais “preto”, respira mal, os Homens estão divididos em função dos seus interesses. Resta-nos a esperança da crença, de quem a tem, e como disse Scarlett O´Hara em “E tudo o Vento levou”, «Por pior que seja a noite, amanhã será outro dia…».
- Se eu encontrar... A minha mãe e o meu pai gostaria de lhes dizer sem parar, obrigado e amo-vos. Em vida o tempo acelera a fundo e tudo é dado como garantido. Após a morte existe tempo de refletir, sentir a dor, e ter muito orgulho e brio em quem nos cria, nos faz gente.
- Prometo... pôr sempre em prática os valores que recebi do berço, no respeito pelo outro, no trabalho para alcançar o que se elege, em olhar sempre de frente e nunca de cima.
- Tenho orgulho... No meu pequeno papel de formiga a ligar leitores a escritores, a promover a leitura e a escrita, a fazer a ponte entre artistas e os diferentes públicos, com o objetivo de tornar a Biblioteca Municipal de Leiria num centro social e cultural da região. Partilho das palavras de James Russel Lowell “Os livros são abelhas que levam o pólen de uma inteligência a outra”.