Viver
Palavra de Honra | Desejo secretamente partir de viagem na Millennium Falcon Spaceship
Suzel Santos, técnica superior de turismo
Já não há paciência… para a falta de civismo que vamos encontrando no dia-a-dia, da actual sociedade. Deitar lixo no chão, os dejectos caninos, a agressividade na condução nas nossas estradas, a falta de educação nas respostas e atitudes nas demais situações.
Detesto… o excesso dos TPC's dos “cachopos”. O sistema de educação dos nossos filhos está a contribuir para uma geração de crianças ansiosas, stressadas, com horários de trabalho e estudo excessivo, o que os leva a não ter praticamente tempo para brincar.
A ideia… de viver numa cidade mais amiga do ambiente, com menos circulação automóvel e maior uso das bicicletas ou dos percursos pedonais da Polis, faria toda a diferença na nossa qualidade de vida.
Questiono-me se… as redes sociais são realmente algo bom, porque nos permitem manter contactos “a um teclar” ou a um “post” instantâneo, ou se ao deixar de lado “esta tendência” não levaria à busca de momentos reais e efectivos com os amigos.
Adoro… os odores de: uma boa Açorda na Nazaré, de um passeio no PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros), de espaços e locais com livros como a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra ou da nossa “história” que emana da visita aos Castelos, Mosteiros, Monumentos, Museus da nossa região.
Lembro-me tantas vezes… de brincar na rua até quase ao anoitecer, andar de bicicleta, skate, subir às árvores ou jogar às escondidas, sem correria, sem os horários a que estamos sujeitos hoje em dia.
Desejo secretamente… partir de viagem com o meu filho na “Millennium Falcon Spaceship” do Star Wars, e mostrar que existem outras “realidades” para além das que ele conhece.
Tenho saudades… dos tempos de estudante na Universidade, em Leiria. A camaradagem e cumplicidade nos momentos de estudo e de lazer, as saídas e actuações da Tuna, acabada de formar, onde tocava pandeireta, fase em que acreditamos que podemos mudar o mundo.
O medo que tive… quando fiquei sozinha com o meu irmão mais novo, em casa. Teria os meus 10 ou 11 anos, tendo-nos trancado na sala, e levantado uma “barricada” junto à porta para impedir a entrada de “monstros imaginários” ou de desconhecidos. Situação que provocou um joelho negro à minha mãe, ao forçar a entrada na sala.
Sinto vergonha alheia… da falta de capacidade dos governantes de imporem as medidas necessárias para controlar o excesso de poluição, e colocar em perigo o futuro e bem-estar da Humanidade.
O futuro… no qual gostaria de ver Leiria, como Capital Europeia da Cultura em 2027. Acho que seria uma forma de unir vontades e esforços da cidade, num mesmo objectivo. Se eu encontrar… “pedras” no meu “caminho”, vou guardar e juntar todas, para tentar “construir o meu castelo”, como nos dizia Fernando Pessoa.
Prometo… não mentir. A não ser que seja por um bem maior. Tenho orgulho… na história dos nossos antepassados e do que Portugal conquistou, não só, mas sobretudo, na época dos Descobrimentos. Sem medos, e com muita “palavra de honra”.