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Luís Tinoco: “A nível nacional é reconhecido o trabalho de formação musical que tem sido feito em Leiria”

17 dez 2022 18:00

Obras do compositor Luís Tinoco são tocadas domingo em Leiria no concerto Alepo e Outros Silêncios

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Luís Tinoco: "Mantenho uma ligação forte a Leiria, do ponto de vista afectivo"
Jorge Carmona

Para assinalar o Dia Internacional dos Migrantes, a Leiria Cidade Criativa da Música Unesco organiza um concerto dedicado ao álbum Alepo e Outros Silêncios, de Luís Tinoco, interpretado por vários vencedores do Prémio Jovens Músicos da Antena 2. Domingo, 18 de Dezembro, às 21:30 horas, no Teatro Miguel Franco, em Leiria.

Traz a Leiria Alepo e Outros Silêncios, que é também um comentário sobre o mundo em que vivemos.
A peça que dá o título ao disco chama-se “Alepo” e outras são peças que lidam com a ideia de silêncio, não necessariamente numa perspectiva tão política, mas no sentido de uma expressão mais nostálgica, de uma música mais silenciosa, com mais espaços, em alguns aspectos até um bocadinho mais estática, por oposição a uma velocidade e a um ritmo que vivemos no nosso dia a dia, que é muito acelerado. Esta é uma música que convida a parar para ouvir. “Alepo” é um trio de clarinete, violino e piano que me foi encomendado pelo Schostakovich Ensemble, do pianista português Filipe Pinto-Ribeiro, para um concerto em que o título ia ser Crossings, e, portanto, essa ideia de transversalidade, de cruzamentos, estava implícita. Cruzamento cultural, geográfico, ir buscar influências eventualmente de outras tradições que não a tradição habitual de música erudita europeia, que podiam ir desde o jazz às músicas do oriente. Escolhi o tema Alepo porque é um drama que vivemos, as pessoas deslocadas, as migrações forçadas, a fuga à procura de alguma salvação possível. A palavra crossings não no sentido de cruzamentos musicais mas de travessia. O que inspira essa peça são as pessoas que se metem em barcos para atravessar o Mediterrâneo para tentarem salvar a sua vida na Europa.

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