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Ana Vale apresentou exposição Negrum et Album

17 abr 2016 00:00

A artista plástica inaugurou a exposição de pintura Negrum et Album

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A artista plástica inaugurou a exposição de pintura Negrum et Album - Entre opostos, no Mercado de Sant'Ana, em Leiria, num evento que aliou a temática dos opostos à música e à palavra.

Durante a apresentação, Vera Sebastião referiu que as 15 pinturas são “inspiradas na música, num despertar pela harmonia dos sons”, adiantando que Ana Vale procura traduzir através do preto no branco, “a influência que cada instrumento traz à sua essência, à sua sensibilidade, recriando no traço e recriando-se no ser, do som mais suave ao som mais pungente.”

A inauguração começou, contudo, no Teatro Miguel Franco, com um concerto, dos músicos Rodrigo Queirós e da dupla Vesna Manojlovic e Tamara Shagalimova que interpretou a peça de piano a quatro mãos, escrita por Ana Ester Tavares, Te(c)la: pensamentos minimalistas sobre te(c)las brancas, para a ocasião.

A compositora explica que escreveu a música sobre o processo criativo de um pintor. “Fechei os olhos e imaginei-me a pintar, com som, daí o título ambivalente da obra. É uma peça conceptual, que pretende reflectir sobre o momento inicial da criação do objecto artístico, momento esse transversal a todas as artes.

Escrevi a peça para piano a quatro mãos, usando como material sonoro apenas as teclas brancas, numa referência directa às telas em branco que Ana do Vale pintou com vários tons de negro”. Vesna Manojlovic e Tamara Shagalimova referem que a maior dificuldade na execução de uma obra a quatro mãos é a sincronização metronómica que tem de existir para a obra se ouvir e compreender como se apenas uma pessoa estivesse a tocar.

Ana Ester leu ainda o texto Branco, da sua autoria, e Rodrigo escreveu e leu Preto. O músico tocou o último andamento da Sonata n.º2 Obsession, de Ysäe, e o último andamento da 3.ª Sonata de Bach.

“A primeira explora o instrumento de uma forma muito agressiva, recorrendo a uma estética e linguagem sombrias e explosivas. A segunda é talvez um dos expoentes máximos da suavidade, do belo em si. Um momento de verdadeira paz e harmonia, que contrasta com a violência da primeira”, justifica. 

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