Viver
Um mano ou uma mana para brincar…
Imagine o estimado leitor que é, desde sempre, rei e senhor de uma determinada casa. Toda a gente lhe presta vassalagem, todos o veneram.
De facto, sentem genuíno amor por si e não têm medo de o demonstrar ou dizer, fazem-no sentir o maior, o Cristiano Ronaldo dos filhos, o “top of the tops” das criancinhas! E de repente é informado que vai ter um irmão.
O choque. O horror. O fim de uma era dourada. Mas não tem de ser bem assim… a boa notícia é que já há técnicas nesse maravilhoso mundo das ideias (algumas mais parvas, outras até “sim senhor, muito bem, concerteza”…) que é a Internet, para ajudar os pais a contornar esta situação.
No nosso caso em particular, houve umas quantas estratégias chave que funcionaram muito bem, mas como somos pessoas que gostamos de partilhar e ajudar o próximo vou já dizer aqui, excusam de ir ao Google, que dá muito trabalho.
Primeira situação: comprem umas prendinhas para o irmão mais velho e dêem-lhe, uma por dia, quando ele for ver o bebé à maternidade. É o bebé que lhe está a oferecer (não são os pais) e são prendinhas, coisas pequeninas e baratas, que o entretenham durante o tempo que esteja na visita, de preferência.
Quando chegamos a casa de alguém também gostamos de levar uma prenda, também gostamos de levar uma prenda, certo? Outra coisa que resultou muito bem foi não colocar o berço no nosso quarto.
Ainda pensámos nisso, mas o Ninja disse logo que se a irmã vinha dormir para o nosso quarto tinhamos de por também a cama dele, e tinha razão. Ouvir as crianças é sempre uma coisa boa, eles são mais sábios do que nós pensamos.
Então se ele já dormia sozinho no quarto dele, porque é que a irmã não podia dormir também?! E podia. E assim foi. E dorme 10 horas seguidas desde os 2 meses, resolvemos dois problemas graças a isto. Custa mais a nós do que aos bebés.
Outra coisa muito importante, mas mais difícil de por em prática (reparámos que o grau de dificuldade é directamente proporcional à idade do interveniente) é refrear o entusiasmo dos familiares e amigos.
Não abrir prendas se só há para o mais novo (depois abre-se, ele não percebe e o mais velho sim…), evitar sessões de baba familiar acompanhadas de muitos “ai que fofo, que princesa, tão bonita, nhó nhó nhó” quando o mais velho está presente, brincar muito com o mais velho (o mais novo no início só quer comer e dormir, é isso que o deixa feliz!) e continuar, às vezes, a fazer programas de filho único só com o primogénito. Boa sorte!
Texto: Rita Gomes
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