Saúde

Saúde em Porto de Mós: São Bento e Alvados poderão ter projecto-piloto do SNS 24

1 jul 2024 10:00

As duas localidades, que não têm extensão de saúde a funcionar, passem a ter um posto SNS 24, para a consulta à distância. "Esta população terá um médico de família à distância”, avança o presidente da câmara, Jorge Vala.

saude-em-porto-de-mos-sao-bento-e-alvados-poderao-ter-projecto-piloto-do-sns-24
Falta de médicos é um dos problemas do concelho de Porto de Mós
Ricardo Graça

“Está previsto que São Bento e Alvados, que não têm extensão de saúde neste momento, passem a ter um posto SNS 24, ou seja, um projecto-piloto do Serviço Nacional de Saúde para a consulta à distância. Esta população terá um médico de família à distância”, num processo que passará pelo “apoio de um profissional da Junta de Freguesia e algumas das consultas de diagnóstico rápido serão feitas online”, esclareceu ao Jornal de Leiria o autarca Jorge Vala. “Vamos experimentar para perceber como é que funciona este modelo e o restante decorre do que será a política do actual Governo”, frisou.

Numa avaliação das respostas do sector à população portomosense, o presidente de Câmara reconhece que a saúde é um dos problemas do concelho e também um dos que mais preocupa os residentes, apesar dos esforços desenvolvidos pela autarquia para aumentar a capacidade de resposta nesta área, nomeadamente ao assumir algumas competências.

“Assumimos competências sob condição e assinámos um protocolo com o Ministério da Saúde, e devo dizer que, até à sua saída, o anterior ministro cumpriu com tudo o que assumiu connosco. Conseguimos transformar a UCSP [Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados] de Porto de Mós em USF [Unidade São Bento e Alvados poderão ter projeto piloto do SNS 24 de Saúde Familiar], modelo B, e essa transformação cria maior atractividade dos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, porque a diferença de remuneração é abismal”, esclareceu Jorge Vala.

Segundo o autarca, com a nova USF foi encetado “um caminho diferente, com a tentativa de captar novos profissionais, mas ainda há falta de médicos”, frisa. “Neste momento temos quatro ou cinco médicos a menos dos 11 previstos, embora reconheça que da parte da ULS [Unidade Local de Saúde] da Região de Leiria tenha havido um esforço de compensação, através de tarefeiros, e ainda não tivemos necessidade de avançar para um projecto tipo ‘bata branca’, como tem Leiria ou Ourém”.

Jorge Vala adianta que, “no âmbito do protocolo”, o município realizou “obras de 900 mil euros no centro de saúde sede de Porto de Mós”, e conseguiu “manter” as extensões de saúde de “Alqueidão da Serra e de Mendiga” [que pertence à União das Freguesias de Arrimal e Mendiga]. “Vamos ter um enfermeiro e um administrativo a garantir a extensão de saúde aberta, e o médico desloca-se sempre que se justifique e seja necessário”, esclarece o autarca.

Seis viaturas vão apoiar serviço de saúde

“Como se sabe, não interferimos na gestão dos centros de saúde, somos chamados para dar resposta às necessidades, no imediato, dos seus profissionais, quer ao nível das infra-estruturas das instalações, quer também ao nível da mobilidade, e neste campo conseguimos chegar a acordo com as USF, no sentido de eliminar o serviço dos táxis e dos motoristas do município [na área da saúde], e adquirimos seis viaturas para entregar uma a cada polo [de saúde], que serão conduzidas pelos enfermeiros”, sublinhou Jorge Vala.

Sobre essas viaturas destinadas à saúde, o presidente de Câmara precisou que existe já “uma na Calvaria e outra nas Pedreiras” e adiantou que “até ao final do mês” a autarquia receberá “mais quatro viaturas, para entregar no Juncal, em Porto de Mós, Mira de Aire e Serro Ventoso”.

“Por outro lado, também ficou garantido no mesmo protocolo recebermos pelo menos uma viatura elétrica - serão duas – no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], para serem colocadas ao serviço da Unidade de Cuidados na Comunidade, que é uma equipa de enfermeiros que faz apoio domiciliário a pessoas com dificuldades de mobilidade, e ao serviço da saúde pública”, adiantou Jorge Vala.

O presidente de Câmara reconheceu ainda que “há outros problemas” no sector da saúde, como equipamentos avariados há 10 anos, e outras situações” que o município está “a tentar resolver e que exigem contratação publica”, concluiu.