Sociedade

Quando evangelizar é socorrer os mais pobres e desfavorecidos

11 jun 2017 00:00

Padre João da Felícia trabalha como missionário no Nordeste brasileiro.

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Maria Anabela Silva

Sempre de “mala feita”, pronto a partir para onde precisam de si. Tem sido assim a vida do padre João Monteiro da Felícia, nascido há 80 anos, na Golpilheira, Batalha, que já esteve como missionário em Moçambique e em vários estados brasileiros.

Os últimos anos foram passados no interior da Bahia, em Jaguarari, numa paróquia rural, cujo principal problema é a seca e onde a distribuição de pão a bocas famintas se torna, em certas ocasiões, a missão principal do sacerdote.

“A população é muito carente. A maioria das famílias vive da agricultura, mas a falta de água é um grave problema”, conta o missionário, revelando que naquela região chegam a passar-se “três anos sem chuva ou apenas com uma ou duas chuvada por ano”.

“É triste. O pó e a poeira fazem parte do nosso dia-a-dia”, diz o sacerdote, autor de uma coluna no Jornal da Golpilheira, onde dá conta das dificuldades do povo de Jaguarari e que tem servido também para angariar fundos para a sua comunidade.

A campanha Pão para as crianças do padre João, que aquele jornal tem a decorrer desde 2006, ajudou, por exemplo, a “fazer brotar água de um furo-poço”, concretizado este ano.

Do outro lado do Atlântico, a comunidade local não esquece o apoio que tem sido dado pela terra natal do padre Felícia, que sempre que vem de férias a Portugal aproveita para recolher donativos que lhe permitem socorrer as famílias mais pobres da paróquia, aqueles que “ainda antes da fé, precisam de pão para a boca”.

“Queremos agradecer a todos vocês pela colaboração dada com muito carinho às nossas crianças e famílias em situações muito precárias e difíceis quanto à fome e doenças e em situação de exclusão”, pode ler-se numa carta da Equipa Solidária da Paróquia de São João Batista publicada na última edição do Jornal da Golpilheira.

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