Sociedade

PSD questiona Governo sobre “caos” no hospital das Caldas da Rainha

15 abr 2022 16:33

OS deputados eleitos pelo círculo de Leiria e da Comissão de Saúde querem saber se Marta Temido tem conhecimento da situação reportada

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Os deputados do PSD estão preocupados com a situação “absolutamente dramática, desesperante e totalmente inaceitável” que se vive no hospital das Caldas da Rainha.

Numa pergunta dirigida à Ministra da Saúde, os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Leiria e da Comissão de Saúde querem saber se Marta Temido tem conhecimento da situação reportada e quais as soluções que serão adoptadas para garantir os níveis mínimos de segurança para o funcionamento do serviço de urgência da unidade.

Na missiva dirigida à ministra da Saúde, Paulo Mota Pinto, Ricardo Baptista Leite, Rui Cristina, Pedro Melo Lopes, Hugo Oliveira, João Marques e Olga Silvestre referem que os 23 internistas do hospital das Caldas da Rainha alertaram hoje “para a situação limite em que se encontram, sublinhando que se estão ‘em sofrimento ético e em risco profissional’”.

Em consequência, “os chefes de equipa e do banco do Serviço de Urgência pediram demissão dos respetivos cargos, enquanto não estiverem assegurados os requisitos mínimos para o funcionamento em segurança”, lê-se no documento dos sociais-democratas.

O documento acrescenta que os profissionais referem o “caos que se vive na Unidade das Caldas da Rainha, confessando estarem perante uma situação ‘absolutamente dramática, desesperante e totalmente inaceitável’”, alertando para o facto de o Serviço de Urgência estar “em ruptura completa”.

Segundo o PSD, os clínicos afirmam que não estão asseguradas “as condições mínimas de qualidade assistencial, nem de segurança, nem para os profissionais de saúde, nem para os doentes”.

Por se tratar de um hospital distrital, e “na ausência de outras especialidades médicas” é a equipa de Medicina Interna que é responsável por assegurar o funcionamento da “Enfermaria de Medicina (25 camas), da Enfermaria de Medicina de Peniche (28 camas), da enfermaria Covid (11 camas), a Unidade de Hospitalização Domiciliaria, as consultas externas, Hospital de Dia, as escalas de Urgência Externa e Urgência Interna.”

Os profissionais sublinham que estão em funcionamento “duas Urgências (geral e ADR) separadas fisicamente” e que “a partir das 20 horas é a equipa do Serviço de Urgência (SU) que assegura a assistência a todos os doentes internados no hospital”.

Entre os problemas identificados estão “o excesso de doentes que recorrem e permanecem indevidamente no SU, as escalas persistentemente incompletas – sem cumprirem os mínimos aceitáveis – o desvio frequente de doentes fora de área (nomeadamente da área de Torres Vedras) e a proibição de transferir doentes para os seus hospitais de origem são alguns dos inúmeros problemas identificados”.

Os internistas pedem que seja autorizado o encerramento do serviço de urgências quando não estão cumpridos os requisitos mínimos de funcionamento da unidade em segurança, nomeadamente, “quatro internistas durante o dia e três durante a noite”, e dois médicos “de balcão” (indiferenciados) durante o dia e a noite.

Entre as propostas de solução apresentadas, estão um “circuito de doentes com prioridade verde e azul fora do SU (e sem acesso a exames complementares), campanha de comunicação nos órgãos locais para sensibilizar a população para o uso correcto do SU, parcerias com o poder local nesta sensibilização da comunidade e na resolução de problemas sociais, permanência diária de assistentes sociais no SU para facilitar a resolução de casos e para optimizar a comunicação com as famílias libertando os médicos.