Sociedade

Próximos investimentos no Pinhal de Leiria totalizam 4,4 milhões de euros, diz secretário de Estado das Florestas

15 out 2020 07:19

João Catarino tem hoje presença anunciada na Marinha Grande, onde o ICNF vai fazer um balanço dos três anos depois do incêndio na Mata Nacional e apresentar novas acções

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Material lenhoso proveniente do incêndio de 2017 rendeu 16 milhões de euros
Ricardo Graça/Arquivo

Vai ser hoje anunciado na Marinha Grande um pacote de investimentos para o Pinhal de Leiria que totaliza 4,4 milhões de euros, a realizar no período entre 2021 e 2024.

O secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Catarino, tem enconto marcado com a presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande e também com os membros do Observatório do Pinhal do Rei, que reúnem pelas 15 horas no Teatro Stephens.

Segundo João Catarino, em declarações ontem ao JORNAL DE LEIRIA, o novo conjunto de investimentos “está a ser elaborado pelo ICNF”, deverá ser lançado no início do próximo ano e prevê plantações numa área de 2.100 hectares em que a regeneração natural não ocorreu, intervenções noutros 1.700 hectares, beneficiação de 28 quilómetros de rede viária e controlo de espécies invasoras, nomeadamente, acácias.

A visita à Marinha Grande tem também o objectivo de apresentar um balanço dos últimos três anos, com João Catarino a garantir que o processo de retirada de madeira ardida com valor comercial “está concluído em 99%”, com uma receita de 16 milhões de euros.

Por outro lado, do investimento de 4,3 milhões de euros anteriormente anunciados para uma área de 2.500 hectares que exigia rearborização, o governante adianta que “à volta de 2 milhões de euros estão executados” e o restante contempla o período até 2022.

Questionado sobre a recomendação do Observatório Técnico Independente para a criação de uma nova entidade para gerir o Pinhal de Leiria, com a inclusão do Município da Marinha Grande, o secretário de Estado não rejeita o modelo, reconhece que não está a ser equacionado, mas admite que pode vir a ser. “Não me choca, antes pelo contrário. A cogestão é um processo em que acreditamos muito”, afirma.

Leia também: "Peritos arrasam ICNF e recomendam criar nova entidade para gerir o Pinhal de Leiria"

Em relação ao plano de gestão florestal da Mata Nacional de Leiria, João Catarino considera que não é uma peça essencial e afirma que o novo documento – o actual é de 2010 – deverá ser actualizado em função das intervenções que estão a ocorrer no terreno.

Um tema que vai estar em cima da mesa, na conversa com a presidente do Município da Marinha Grande, Cidália Ferreira, é o Museu Nacional da Floresta. “A administração central está na disposição de ceder os imóveis para esse efeito, está na disposição de ceder todo o espólio da Direcção-Geral de Florestas e está também na disposição de comparticipar”, diz o governante. Com que verba ? “Podem ser 300 mil euros ou até pode ser mais, o valor não está em questão. O que nós entendemos é que para o modelo funcionar a Câmara Municipal tem de ser o líder do projecto”.