Covid-19

Politécnico de Leiria, Iberomoldes e Universidade de Coimbra desenvolveram equipamento de protecção contra contaminação biológica

29 jun 2021 12:00

Dispositivo foi desenvolvido no âmbito do projecto “MASK4MC – Mask for Medical Care"

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Mufid Majnun@Unsplash
Redacção/Agência Lusa

Um consórcio português, que reúne investigadores do Politécnico de Leiria, a SETsa - Sociedade de Engenharia e Transformação S.A., do Grupo Ibermoldes e investigadores da Universidade de Coimbra, desenvolveu um equipamento de protecção individual, pensado para a prestação de cuidados médicos em ambientes em que existe um risco acrescido de contaminação biológica.

“Eficaz em contexto de pandemia como a actual Covid-19”, o novo equipamento de proteção individual (EPI) já tem um pedido de patente submetido junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

O dispositivo foi desenvolvido no âmbito do projecto “MASK4MC – Mask for Medical Care”, liderado pela SETsa e financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020.

Em comunicado a UC refere que a grande inovação deste equipamento está na capacidade de reduzir significativamente, o “risco de inalação de gotículas e aerossóis contaminados, que tenham sido exalados por uma pessoa infectada que esteja na proximidade”.

“Trata-se de uma viseira com um sistema de ventilação que cria uma cortina de ar, de forma a promover a vedação aerodinâmica da zona de inalação relativamente às zonas circundantes e impede o embaciamento da viseira (condensação devida à respiração)”, explica Leonel de Jesus, o coordenador do projecto.

Este EPI está vocacionado para profissionais de saúde que exercem a sua actividade, durante períodos alargados, em ambientes onde o risco de contágio é elevado, como os médicos dentistas.

“Havendo três modos de transmissão por elementos patogénicos exalados a partir de um paciente infectado (por contacto, por gotas e por aerossóis), a situação de grande proximidade entre as vias respiratórias superiores do médico dentista e do seu assistente da zona de exalação de um paciente, eventualmente infectado e sentado na cadeira do consultório, pode permitir a contaminação através de qualquer um desses modos”, sublinha Manuel Gameiro da Silva, coordenador da equipa da UC.

Este novo equipamento, clarifica o consórcio, foi pensado para ser usado “em conjunto com uma máscara facial garantindo um índice de protecção acrescido e um melhor conforto em termos térmicos e visuais, porque o escoamento da cortina de ar contribui para o fornecimento de ar novo e fresco e para o desembaciamento da superfície interior da viseira”.

Por isso, concluem os autores do projecto, foram utilizadas abordagens complementares no processo de desenvolvimento do produto, com recurso designadamente a simulações numéricas de escoamentos e a ensaios experimentais com manequins térmicos e acústicos.