Sociedade
Politécnico de Leiria assina acordo para dissuadir toxicodependência
Carolina Henriques destacou a importância de os estudantes perceberem que, em caso de necessidade, o Politécnico de Leiria tem esta resposta
O Politécnico de Leiria assinou um acordo de cooperação com a Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência com o objectivo de promover a literacia e possibilitar uma intervenção precoce junto dos estudantes, anunciou o instituto.
À agência Lusa, a pró-presidente do Politécnico de Leiria, Carolina Henriques, começou por explicar que o instituto tem um Centro de Apoio ao Estudante “com uma equipa alargada de psicólogos, assistente social, técnicos de educação especial”, mas salientou a necessidade de articular com serviços da comunidade para garantir que a resposta aos alunos “se faz de uma forma mais integral possível e tendo em conta também as suas necessidades”.
“Já tínhamos realizado um protocolo desta tipologia com o Centro Hospitalar de Leiria [hoje Unidade Local de Saúde da Região de Leiria], nomeadamente com o serviço de Psiquiatria, em que temos uma ‘via verde’ no sentido de nos garantir uma completa articulação e uma resposta mais rápida aos nossos estudantes quando eles precisam”, declarou Carolina Henriques.
Esta responsável adiantou que o protocolo com a Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência de Leiria insere-se “não só no âmbito da promoção e da literacia no que diz respeito aos comportamentos aditivos, mas também na intervenção precoce junto dos estudantes”.
“É uma ‘via verde’ com um canal de comunicação estabelecido entre o Centro de Apoio ao Estudante e os técnicos da Comissão para, em caso de necessidade, termos uma resposta atempada aos nossos estudantes no âmbito dos comportamentos aditivos”, esclareceu.
Notando que o consumo de estupefacientes “é preocupante para qualquer instituição de ensino superior onde existem jovens”, esta responsável sustentou que se pretende “sensibilizar, consciencializar, informar” os alunos “em matéria de literacia sobre substâncias psicoativas”.
Por outro lado, Carolina Henriques destacou a importância de os estudantes perceberem que, em caso de necessidade, o Politécnico de Leiria tem esta resposta.
Além da divulgação de que os alunos dispõem de mais este recurso, entre as acções previstas no âmbito deste acordo estão sessões de prevenção e de sensibilização, ciclos de debates, conferências e palestras articuladas com o Centro de Apoio ao Estudante.
Em maio último, o Politécnico de Leiria divulgou os dados do relatório técnico de 2024 do Observatório para a Saúde dos Estudantes, para o qual foram inquiridos 450 alunos.
Segundo o documento, 78% responderam que nunca consumiram drogas ou substâncias ilícitas.
No relatório relativo a 2025, que vai ser anunciado no início do próximo ano, aquela percentagem teve uma descida ligeira mínima, passando para 77,6%.
De acordo com Carolina Henriques, embora esta “não seja uma problemática de grande dimensão” no Politécnico, o que se quer “com estas sessões é que não seja mesmo”, acreditando que, “quanto mais os estudantes estiverem informados, melhor”, afirmou.
“Mas, se existe um único estudante na instituição que precisar de ajuda, estamos cá para ele, e que, portanto, esta ‘via verde’ sirva também para ajudar os estudantes que já estão com um problema na área da toxicodependência”, acrescentou a pró-presidente do Politécnico de Leiria.
O Politécnico de Leiria tem cinco escolas superiores (três em Leiria, uma nas Caldas da Rainha e outra em Peniche), além de núcleos de formação e unidades de investigação, contando com cerca de 15 mil estudantes.