Sociedade
Polícia, Câmara e outras instituições debateram sentimento de insegurança
Reunião convocada pela PSP sentou à mesma mesa várias entidades que actuam na área social, incluindo o Município de Leiria
Depois de, em meados de Novembro, o presidente da Câmara de Leiria ter apontado publicamente “um aumento preocupante do número de casos de criminalidade” no concelho, e de o Conselho Municipal de Segurança ter exigido ao Governo o reforço do efectivo da PSP e da GNR e das respectivas condições de trabalho, o comandante distrital da Polícia de Segurança Pública convocou para ontem, quarta-feira, uma reunião com entidades que intervêm na área social, em que a autarquia se fez representar pela vereadora Ana Valentim.
Segundo André Serra, comandante das esquadras da PSP em Leiria e Marrazes, “houve um crescimento” da criminalidade no concelho face ao período da pandemia, “mas os números são idênticos ao período pré-pandemia” e a polícia considera que o “sentimento de insegurança”, sobretudo na cidade, é “provocado por pessoas que têm problemas sociais e até psicológicos e que não se enquadram no âmbito criminal”.
Na perspectiva do comandante distrital da PSP de Leiria, José Figueira, da reunião desta quarta-feira, 30 de Novembro, saem laços “muito mais fortes” com o objectivo de “trabalhar em rede”.
“Leiria é uma cidade segura”, disse ao JORNAL DE LEIRIA. “Temos algumas questões muito específicas para resolver que se prendem muitas vezes com a questão dos arrumadores, com pessoas que circulam na cidade e não têm um tecto para viver, que têm dependências de substâncias psicotrópicas, de álcool” e podem “não ser casos de criminalidade”, em que a competência para intervir é “de outras entidades”.
Além de zelar pelo cumprimento da lei, a PSP tem também um “compromisso social” e quer funcionar “como congregador para a resolução" do problema, acrescenta José Figueira.
Para a vereadora Ana Valentim, no entanto, “é importante estabelecer circuitos e estratégias” para “destrinçar o que são casos sociais, casos de saúde e situações de segurança”, porque nem todos contribuem para as estatísticas da criminalidade ou provocam alarme na restante população.
“Não podemos meter no mesmo bolo pessoas que não perturbam a ordem pública e outras que têm uma postura de ameaça”, salienta.
“É necessário um trabalho de parceria, que já fazemos”, observa a vereadora com o pelouro da acção social na Câmara de Leiria, notando que o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo está a funcionar há dois anos no concelho e inclui a PSP.
Na reunião de ontem, nas instalações da PSP de Leiria, esteve representado o Município, o Centro Distrital da Segurança Social, o serviço de psiquiatria do Centro Hospitalar de Leiria, centros de saúde, o Centro de Acolhimento de Leiria, o Ministério Público, juntas de freguesia, a Acilis - Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo da Região de Leiria, a associação Inpulsar e várias freguesias.