Sociedade

Parque municipal de campismo de Peniche concessionado a privado durante 25 anos

22 mai 2022 10:10

Concessionária pagará por ano à autarquia 750 mil euros

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Parque de campismo serve uma cidade onde, anualmente, chegam milhares de entusiastas do surf
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Redacção/Agência Lusa

A Câmara de Peniche vai concessionar, a partir de Junho, o parque municipal de campismo e caravanismo à empresa Vale Paraíso Empreendimentos Turísticos, durante 25 anos.

O município esclareceu que a empresa Vale Paraíso Empreendimentos Turísticos, gestora da marca Ohai Outdoor Resorts e concessionária de outro parque na Nazaré, foi a única a concorrer ao concurso público lançado em janeiro para concessionar o parque.

A concessionária pagará por ano à autarquia 750 mil euros, divididos por quatro prestações, adiantou o município.

Sem revelar valores do investimento e o projecto, alegando que se encontra em fase de aprovação na câmara municipal, o promotor revelou que é “ambicioso” e “visa requalificar o parque de campismo para um espaço especializado em turismo de qualidade, com infraestruturas que respeitam a natureza e que permitam a sua fruição o ano inteiro, com uma grande intervenção na área paisagística com a plantação de árvores, plantas e vegetação, dinamização e valorização da economia local”.

De acordo com o município, o investimento é superior a 22 milhões de euros (ME), 6 ME no parque aquático e 16 ME no parque de campismo, nos próximos seis anos, transformando-o num “parque de excelência”.

No futuro, terá zonas para caravanas e autocaravanas, áreas de alojamento com ‘glampings, domes e mobiles’, enquanto o parque aquático vai dispor de piscinas interiores e exteriores, ‘tobogans’, estação de bicicletas e de 'surf', zona infantil e campos de padel.

Vão ainda existir parques de futebol e de salto, bem como zona de sauna, jacuzzi e SPA.

Com a requalificação integral do parque, o promotor reforçará os serviços hoje existentes, dispondo de condições para praticantes de 'surf' e de ciclismo, e desenvolver atividades de animação para todas as idades.

Os actuais funcionários vão manter-se em funções, passando todas as suas obrigações para a empresa, com a qual vão trabalhar a título experimental durante um ano, mediante licença sem vencimento do município, e depois terão de decidir a que quadro de pessoal querem pertencer.

Vários utentes queixam-se que, informalmente, têm sido informados pelos funcionários de que terão de retirar as rulotes até final de Setembro, alegadamente por causa das obras, mas promotor e município não confirmaram.

O promotor não respondeu, alegando que só em Junho assume a gestão do parque, enquanto o município esclareceu que “a decisão sobre a retirada dos equipamentos para a realização de obras, respectivas condições e nova alocação dos espaços caberá ao arrendatário, sendo que a movimentação dos equipamentos é da responsabilidade de cada proprietário”.

“Caberá ao investidor determinar se o período de realização de tais obras implicará o encerramento parcial ou total do parque e a saída ou deslocação de caravanistas”, acrescentou.

O município decidiu concessionar o parque a privados por não conseguir efectuar melhorias, calculadas em 4,5 ME, depois de problemas que levaram a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica a encerrá-lo há vários anos, de forma temporária.

Implantado numa área de 12,6 hectares de terreno à entrada da cidade e com capacidade para duas mil pessoas, o parque de campismo teve 34 mil utentes em 2019, sendo 25 mil nacionais e 9.221 estrangeiros, oriundos da Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália e Reino Unido.

O espaço aumentou em 11% as suas receitas entre 2016 e 2019, ano onde obteve um volume de negócios de 648 mil euros.