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Palavra de Honra | Todos os dias lutarei para que pessoas gostem de pessoas

1 dez 2024 15:22

Ana Filipa Soledade , Chefe Divisão de Desenvolvimento Social e Saúde no Município de Leiria

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Já não há paciência ... para o trânsito natalício das rotundas do shopping que nos suga, lentamente, o espírito natalício, ainda em novembro. Para extremismos de qualquer tipo e forma.

Detesto... que me mintam sabendo que eu sei a verdade pois não gosto de confrontar a pequenez dessa escolha. E meias-verdades para justificar o injustificável - “Não sou xenófobo, até tenho amigos brasileiros.”

A ideia... de poder mudar o mundo, fascina-me! A consciência de que o faço tão lentamente e em tão pouco, incomoda-me. Do meu marido e filhos serem do Sporting e eu educada em “benfiquês”, sofre- me um bocadinho e depois passa.

Questiono-me se... os outros ouvissem os meus pensamentos, se riam ou choravam. Ou fugiam, talvez. Sou um non stop de dados: pensamentos, emoções e imagens cruzadas, reais, paradoxais, reflexas que me tornam o verdadeiro flagelo para a Inteligência Artificial.

Adoro... Os meus. Qualquer tipo de comida. Exceto tripas. De viajar para qualquer lugar. Exceto com chuva. De ouvir música. Exceto ensurdecedoramente.

Lembro-me tantas vezes... de estar a estudar na cozinha da minha mãe, pela companhia, pelo barulho dos tachos e cheiro a guisados. De atazanar o meu irmão e sair impune. E sentir-me contente com isso.

Prometo... que não foi bullying, foi amor. Crescemos e manteve-se o amor.

Desejo secretamente... criar uma fundação enquanto partilho a ideia com o George Clooney, ao sabor de um café.

Tenho saudades... do meu pai. Do seu ombro onde encostava a cabeça todos os fins de semana e assistia à Fórmula 1, sem nunca me ter interessado. Do tempo de criança em que “descarnava fios coloridos” do posto de eletricidade ao lado da casa dos meus avós e fazia pulseiras e arrozes coloridos para a minha “Tucha”. Vamos voltar à rua e correr o risco de ser felizes?
 
O medo que tive... de falhar quando fui mãe pela primeira vez e pela segunda vez e todos os dias em que sou mãe. De ter Gremlins debaixo da cama, sempre que me levanto, durante a noite, no
escuro. Sim, ainda hoje.

Sinto vergonha alheia... de quem acha que os problemas do mundo são causados pelos outros. De quem se diz “super frontal” e afirma “Essa saia não te fica nada bem”.

O futuro... avanço de cabeça erguida e pernas incertas. Com a coragem de um esquilo no inverno, carregando uma bolota de cada vez. Squirrel Girl forever!

Se eu encontrar... o pote no final do arco-íris, acabo com a pobreza. Se não encontrar, continuo a procurar.

Prometo... ser fiel aos meus princípios (demasiado mainstream?). Prometo que, todos os dias lutarei para que pessoas gostem de pessoas.
 
Tenho orgulho... de estar rodeada de pessoas boas que me fazem rir, às vezes chorar. De ser a “Ana baixinha”, “A Pipinha”, “A Bizarreta”, “A Filipa” e a “Ana Filipa Soledade”.