Viver
Palavra de Honra | Ser feliz não é ter uma vida perfeita
Rita Brito de Andrade, directora pedagógica da Escola Secundária Monsenhor José Galamba de Oliveira
Já não há paciência... para a falta de educação e retidão... e para a ação social que desperta a superioridade moral (mania de que é melhor do que os outros).
Detesto... ausência de civismo com oportunismo. Egos inflamados. Observar pessoas que vivem em prol de si mesmas e não têm sentido de comunidade.
A ideia... ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas sim reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, frustrações e perdas.
Questiono-me se... somos capazes de reconhecer que vivemos num sistema que há muito perdeu o equilíbrio. O zelo com que promovemos a independência e a individualidade afastou-nos da família, da comunidade e da mãe Natureza.
Adoro... desfrutar do tempo, sem tempo, preferencialmente em novos lugares, por muito simples que sejam, que me possam trazer e recordar memórias.
Lembro-me tantas vezes... da vida na aldeia, da simplicidade, da comunidade, da partilha… do cheiro do pão acabado de fazer com manteiga, de trepar às árvores e saborear a deliciosa “fruta feia”.
Desejo secretamente... que o chá seja a taça da humanidade, sem lutas por riqueza e poder!
Tenho saudades... do “refúgio da tartaruga”. Aquele local abrigado e sossegado onde possa estar durante alguns períodos e fugir às distrações do mundo exterior.
O medo que tive... de ao fim de 21 anos a trabalhar numa entidade empregadora próxima da residência, mudar de vida e rumar até ao Alentejo profundo. Conhecer uma nova escola, novas gentes! Quem não arrisca…
Sinto vergonha alheia... por quem se deixa ser vítima e não se torna autor da sua própria história (síndrome do queixume) e acha que ser feliz é obra do acaso em vez de uma conquista persistente e consistente sem desistência!
O futuro... regressar ainda mais à terra e às raízes na aldeia, ou seja, encontrar o antídoto perfeito para uma vida urbana e desgastante.
Se eu encontrar... o Conselheiro do Significado da Vida que me faça escolher o caminho que leva, sempre, a uma história melhor.
Prometo... cultivar o ato da gratidão como um atalho para a felicidade.
Tenho orgulho... em apreciar o que é básico – a família, os amigos e a pertença a uma comunidade com reforço constante das ligações humanas.