Viver

Palavra de Honra | Se eu pudesse viajar no tempo ia ao futuro ouvir música

24 dez 2020 10:30

Capitão Wilson, Músico

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- Já não há paciência ...  para este vírus (eu sei, não sou o único). Faz-me falta conversar com amigos no café sem me preocupar se o bafo ou o espirro alheio traz Covid. Para além disso, este vírus veio exponenciar a parvoíce de muito calhau com duas pernas. Ficámos a saber que a educação é ainda muito mais importante do que pensávamos. Protejam-se.
 
- Detesto... pessoas que não sabem discutir. Não é bolsar umas ideias sem argumentação e pronto. Apresentar argumentos e estar disponível para aceitar novas
ideias é uma coisa rara nos dias de hoje. 


- A ideia... é a minha busca incessante. Seja para a música ou em âmbito empresarial, corro sempre atrás daquilo que possa trazer novas oportunidades para mim e para quem me rodeia. A criatividade e o exercício de ter ideias são actividades que se exercitam e tento fazê-lo de forma constante. Espero um dia ser capaz de encontrar a “Ideia”!


- Questiono-me se... a música do futuro será muito diferente da que a que conhecemos hoje. Quais serão os sons novos ? Os sons sintetizados permitem tudo,
não há limites! Que tipo de ritmo irá estar na moda? Será que compassos complexos e compostos serão o futuro mainstream? Se eu pudesse viajar no tempo, primeiro ia ao futuro ouvir um bocado de música e só depois é que iria ao passado tratar do Hitler antes de chegar no poder.

- Adoro... quando ouço música boa e descubro artistas incríveis. Às vezes, a seguir a esta descoberta, vem a inveja - “Raios, porque é que não me lembrei de algo assim?” Ou então “Oh meu deus! Esta rapariga tem uma voz incrível! Também quero!”. Relembro-me depois que o talento vem do trabalho. Todas as semanas ouço religiosamente a minha “Discovery Weekly” do Spotify à procura de música nova. A inteligência artificial e o streaming são fantásticos. Yep, sou totalmente a favor do Spotify. Claro que podiam pagar mais um bocado pelos royalties… Mas graças a esta app já descobri imensos artistas e também já me descobriram.
 
- Lembro-me tantas vezes... do tempo que perdi no passado a fazer nada. Se tivesse gasto o tempo de outra forma, hoje já podia saber mais coisas e ter conquistado alguns objetivos. Uma das últimas coisas que aprendi, foi que o tempo “perdido” também é bom. Fazer nada, faz parte de fazer alguma coisa. Distrairmo-nos por momentos traz mais produtividade. Mas não consigo deixar de ter sempre uma pequena voz em mim que está sempre constantemente a dizer para não parar.


- Desejo secretamente... que o TiMilha venha a ser um festival reconhecido a nível nacional. O festival tem muito potencial e ainda há muito para fazer. Espero por dias sem vírus para que se volte a organizar esta Ode à farra, à música e aos amigos. Já que estamos a falar de desejos… Também desejo secretamente casar com a Rosalia, ou então participar na produção de uma música com ela! Agora a sério, trabalhar com grandes artistas é um grande desejo meu. E atenção que temos grandes artistas na nossa Leiria e em Portugal. Não é preciso ir para longe!  
 

- Tenho saudades... de ir a concertos e festivais. Tenho saudades de estar apertado no meio de uma multidão e cheirar o suor de todos à minha volta. Tenho saudades de ficar com cerveja na camisola que alguém despejou enquanto passa pelo meio das pessoas com 5 finos na mão e de chegar a casa completamente surdo.

- O medo que tive… quando vi uma bolha de ar a entrar no meu vaso sanguíneo através de um cateter! Vi a morte a chegar até mim através daquele tubo. A cada
centímetro que a bolha se aproximava, aumentava o medo e o susto. Gritei como nunca para chamar pelas enfermeiras. Eu sabia que ter ar dentro dos vasos
sanguíneos, que não era coisa boa. Portanto, vi a morte a chegar. Quando as enfermeiras entraram na sala, eu estava em pânico! Quando perceberam o que tinha
acontecido… riram-se. Pelos vistos, não é assim tão mau ter uma bolha ou duas de ar a correr pelo nosso corpo. Eu ainda ando por cá.

- Sinto vergonha alheia... do conservadorismo. O mundo anda para a frente e está em constante mudança. Por mais que tentem manter as coisas no mesmo sítio, o mundo evolui. A mudança é boa e é isso que permite descobrirmos novos tratamentos para a saúde, novas correntes artísticas, novos modos de vida, novas técnicas de construção, nova tecnologia, enfim… tudo! 

- O futuro... deixa-me ansioso, de forma positiva. Sou um optimista e gosto de olhar para o futuro e ficar à espera que ele venha até mim. O mundo vai ser um lugar melhor no futuro com menos desigualdade e mais liberdade artística.


- Se eu encontrar... um grande talento, vou querer dar-lhe as oportunidades que não tive. Fundei a Skiiks Records para isso mesmo: encontrar talento e ensinar aquilo que aprendi ao longo destes anos

- Prometo... a mim próprio que é este ano que mostro algumas das músicas que tenho feito há já 2 anos.
 
- Tenho orgulho... na mulher da minha vida, a Susete Mendes. Ela dá-me muito apoio e tem uma força tremenda. Quando põe uma coisa na cabeça, não descansa enquanto não a faz. Olho muita vez para ela para me inspirar. Muito do que faço, na verdade veio dela e vou sempre reconhecer isso.