Sociedade
Pai e madrasta da Valentina contam versões contraditórias
O julgamento dos arguidos, acusados de matarem a menina de 9 anos, começou esta quarta-feira. Nos seus depoimentos, os arguidos acusaram-se mutuamente.
O Tribunal de Leiria começou hoje a julgar o pai e a madrasta acusados de matar Valentina, de 9 anos, em Maio do ano passado, em Peniche.
Nos seus depoimentos perante o colectivo de juízes, os arguidos apresentaram versões contraditórias.
O pai acusou a mulher de ter sido ela a colocar Valentina na banheira, com água a ferver, de onde diz ter retirado a filha “inanimada” e a “desfalecer” para a colocar perto de uma “clarabóia” para “apanhar ar”.
O arguido insistiu que só bateu na filha uma vez, que não lhe voltou a tocar. Todas as outras agressões não sabe quem fez. Afirmou ainda que não pediu ajuda “por respeito” à mulher.
Já a arguida revelou que todas as agressões foram da responsabilidade do companheiro.
“Quando o vi a mandar água quente à menina pedi para parar, porque não era assim que se resolviam as coisas, mas ele mandou-me calar, empurrou-me e disse que ele é que era o pai”, disse a mulher no seu testemunho.
A arguida revelou ainda que não pediu ajuda “por medo”, alegando que o companheiro a ameaçou a si e aos filhos.
Os arguidos estão acusados pelo Ministério Público de Leiria dos crimes de homicídio qualificado e de profanação de cadáver, em co-autoria.
Segundo o despacho de acusação, o casal responde também pelo crime de abuso e simulação de sinais de perigo, enquanto o pai da criança de nove anos está ainda acusado de um crime de violência doméstica.