Abertura
Não há risco zero, mas criatividade dos jovens permite convívio com perigo reduzido
Autoridade de saúde alerta para cumprimento das regras nas escolas
“O risco zero não existe. Não há respostas nem intervenções feitas à medida para tornar o risco zero. Há um risco que temos de ponderar e há recomendações e orientações que temos de cumprir”. O alerta foi deixado por Odete Mendes, coordenadora da Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, durante o Fórum Educação, organizado pelo Município de Leiria.
O director do Agrupamento de Escolas de Marrazes, Jorge Edgar Brites, apontou para o problema que os alunos enfrentam relativo aos intervalos reduzidos.
O docente salientou que a inibição de contacto social poderá também ela ser um problema de saúde pública para os jovens, que necessitam de manter a ligação com os amigos.
“Temos de encontrar novas formas para que eles se encontrem, respeitando a distância social, as regras de etiqueta respiratória e usando máscara. Temos de os deixar sociabilizar como nós sociabilizamos com outras pessoas”, afirmou Rosa Reis Marques, presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Centro, durante o evento, que foi transmitido online.
A responsável sublinhou que as crianças vão conseguir estar juntas “sem ser aos abraços, respeitando a distância e usando as regras importantes”. “Acredito que os jovens são criativos e vão encontrar formas para conviverem sem se porem em risco. Não os podemos impedir de continuarem a falar com os seus amigos a e a comunicarem com eles”, sublinhou Rosa Reis Marques.
O medo será o principal problema neste momento, afiançou Odete Mendes. “Se há uns que desvalorizam, outros estão imensamente assustados, e aqui incluímos as escolas e os professores, pelo sentido de responsabilidade que lhes está imputado. Temos de sair deste caminho, porque o medo inibe outros comportamentos”, afirmou a delegada de saúde.
Admitindo que casos positivos de Covid-19 poderão aparecer todos os dias nas escolas, Odete Mendes disse que a mensagem tem de ser de “confiança”. “Há um esforço enorme congregado e um conjunto de entidades que trabalharam em conjunto para minorar as consequências da existência de uma situação que aparecerá todos os dias mais do que uma vez. Leiria tem o privilégio de ter uma rede articulada de instituições que funciona com as escolas.”
A médica constatou que este “poderia ter sido um momento para se fazer uma reformazinha a sério do ponto de vista dos tempos lectivos e da redução da carga lectiva”, tendo em conta os intervalos mais curtos.
No entanto, desafiou os professores a “interagir e administrar conhecimento nos espaços exteriores da escola”, sobretudo enquanto a meteorologia permitir.
A responsável pela saúde pública em Leiria considerou ainda que é possível fazer um trabalho de responsabilização com os jovens. “A Covid na população jovem é assintomática. se devolvermos para eles o sentido de responsabilidade, se pensarem que podem ter de ficar fechados num quarto sem poder sair ou contaminar os colegas, eles poderão assumir a responsabilidade: respeito por mim e pelo outro.”
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