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Mosteiro de Coz mais perto da classificação como Monumento Nacional
Segundo o presidente da Câmara de Alcobaça, a classificação abrirá portas à obtenção de fundos comunitários com vista à recuperação do monumento.
O Mosteiro de Santa Maria de Coz, em Alcobaça, está mais perto da classificação como monumento nacional. O anúncio foi feito ao início da tarde deste domingo, pelo presidente da Câmara, Paulo Inácio, numa comunicação feita através das redes sociais.
“Finalmente, e após muito trabalho e insistência, conseguimos que a Direcção-Geral do Património Cultural [DGPC] notificasse a Câmara Municipal sobre o início da fase de audiência prévia com vista à elevação do Mosteiro de Coz, e todo o seu aglomerado arquitectónico, a Monumento Nacional”, revela Paulo Inácio.
Naquela publicação, o autarca diz que este é um processo do qual o Município “nunca” desistiu e que “está muito próximo da sua conclusão”.
“É um enorme orgulho para Alcobaça ganhar um quarto monumento nacional e abrir desta forma as portas para obtenção de fundos comunitários com vista à recuperação de tão digno monumento”, acrescenta Paulo Inácio, que considera que esta é uma boa novidade para o concelho e para o seu património. “A vida também é feita de boas notícias, e bem precisamos delas”.
De acordo com informação constante no site da DGPC, aA directora-geral deste organismo já emitiu despacho de concordância com a reclassificação como Monumento Nacional e a redenominação para 'Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz'”.
A fundação do Mosteiro de Santa Maria de Coz “datará da primeira metade do século XIII” e estava destinado “a receber algumas viúvas devotas que asseguravam o funcionamento da poderosa abadia de Alcobaça”, pode ler-se no site da DGPC.
O ponto de viragem na vida da comunidade “deu-se em 1530, quando o mosteiro foi reconhecido pela Ordem de Cister, e elevado a abadia regular”. As edificações medievais, que “já haviam sofrido pelo menos uma grande intervenção, datada de 1519-27”, da qual o vestígio mais notável é o portal manuelino recolocado no extremo nascente do coro da igreja, tiveram mais obras no início da segunda metade do século XVI.
“Seguiu-se a grande empreitada da segunda metade do século XVII, da qual resultaram a imponente igreja actual, erguida entre 1669 e 1671, e a moderna feição do claustro e dos dormitórios. Nos anos seguintes, até 1716, concluiu-se a campanha decorativa barroca que dotou a igreja e seus anexos de altares de talha dourada, revestimentos azulejares e pintura”, acrescenta a informação da DGPC.
O período áureo da comunidade religiosa terminou com a destruição causada pelo terramoto de 1755, que desalojou as monjas, e com a extinção das Ordens religiosas, em 1834, “à qual se seguiram o saque generalizado e a ocupação desordenada dos espaços monásticos”.
A igreja, também conhecida por Mosteiro de Coz, está, desde 1946, classificada como Imóvel de Interesse Público, pelo que o desenvolvimento deste processo destina-se a conferir maior valor a todo o recinto monástico adquirido pelo município, bem como à própria igreja e a seu acervo artístico.