Economia
Lusiaves vai instalar unidade de transformação em Pombal
O grupo vai construir na Guia uma unidade industrial de grande dimensão, na área da transformação. O projecto vai criar dezenas de postos de trabalho e sinergias com outras empresas
O Grupo Lusiaves vai instalar uma unidade industrial de grande dimensão, na área da transformação, no concelho de Pombal. Para esse fim, adquiriu 12,19 hectares de terreno na Zona Industrial da Guia. A Autarquia prevê que o investimento tenha impacto em toda a “dinâmica económica e social” do concelho.
Na hasta pública, o Grupo Lusiaves apresentou uma proposta no valor de 640 mil euros, garantindo assim a adjudicação dos terrenos, que tinham sido adquiridos pelo Município para expansão da zona industrial, tendo em conta a procura por parte de investidores.
“Apesar da situação difícil que se vive no país, estamos comprometidos com a concretização deste investimento, cujo estudo prévio prevemos apresentar nos próximos meses, quando todo o processo de adjudicação estiver concluído”, explica Nuno Maurício, representante do Grupo Lusiaves, citado numa nota divulgada pela Câmara de Pombal.
O responsável adianta que, “além da criação de dezenas de postos e trabalho, esta unidade industrial de grande dimensão, na área da transformação, criará diversas sinergias com outras empresas do concelho”.
O JORNAL DE LEIRIA sabe que o investimento poderá ascender a perto de 70 milhões de euros, montante que o grupo de Leiria não confirmou. Questionada sobre outros aspectos do projecto, remeteu por enquanto para aquela nota à imprensa.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Diogo Mateus destaca que a instalação desta empresa “vai influenciar toda a dinâmica económica e social do concelho” e entende que será “uma âncora para a fixação de outras empresas”. O presidente da Câmara de Pombal entende também que a Lusiaves poderá “potenciar a área logística”, que já é “muito forte” no concelho.
Diogo Mateus lembra que o dinamismo da zona industrial da Guia, junto a Monte Redondo, no concelho de Leiria, merece “mais uma oportunidade para se apostar na requalificação da linha do Oeste, que poderia servir como canal de escoamento dos produtos”.
"Parece estar a confirmar-se a expectativa que tinha há vários anos: Pombal apresenta-se como um cluster agro-industrial fortíssimo, com indústrias de renome como a Compal, Cuétara ou a Derovo. Esta concentração contribui para uma dinâmica do sector”.
Diogo Mateus entende que estas indústrias, a que se junta agora um “grande” projecto da Lusiaves, são também uma “belíssima oportunidade para a agricultura menos capacitada aproveitar o sector mais sofisticado da indústria para escoar os seus produtos”.
A produção na área de pomares, cereais ou aves poderá ser encaminhada para a indústria, exemplificou. Além da agricultura, “um conjunto de empresas que orbitam à volta desta unidade – que é 10 a 15 vezes maior do que o Expocentro – podem ganhar muito”, defende.
“Com o forte teor tecnológico que empresas desta dimensão possuem, o efeito no emprego será de colaboradores mais qualificados. Terá também um impacto na formação profissional e no ensino da região”, reforça o autarca.
O investimento da Lusiaves “é um sinal de esperança”, um “projecto da região, feito a pensar na economia portuguesa”, frisa Diogo Mateus. “Os postos de trabalho são muito bem- -vindos em qualquer circunstância, particularmente nesta”.
Já na reunião de Câmara da semana passada o autarca tinha referido que esta “é uma belíssima notícia, que traz esperança, confiança, emprego, inovação, e que traz centralidade ao concelho de Pombal”. Em causa está “um grupo de referência em Portugal, na Península Ibérica e no mercado europeu, com parceiros altamente fiáveis”.
Aposta na verticalização é chave do sucesso
Aquele que é hoje o Grupo Lusiaves teve início em Abril de 1986, com um “pequeno centro de abate de frangos”, em Marinha das Ondas, e quatro pavilhões de produção, com capacidade para 43.500 aves. Quase 35 anos depois, o grupo conta com mais de 20 empresas e cinco mil colaboradores, segundo informação disponível no seu site. Tem 41 unidades produtivas em 24 concelhos, e a facturação supera os 400 milhões de euros, 60 milhões dos quais em exportações. “Uma das chaves do sucesso, podemos afirmar, foi a grande vantagem competitiva, conseguida com a aposta na verticalização da actividade”, lê-se no site. Assume-se hoje como líder do sector avícola e agro-alimentar em Portugal e a sua actividade vai desde a recria de galinhas reprodutoras à produção de ovos com a respectiva incubação e produção de pintos, à produção avícola de frangos e perus, o abate de aves e a sua transformação. A Lusiaves conta também com uma rede de distribuição e comercialização de produtos alimentares. Possui uma fábrica de produção de alimentos compostos para animais e dispõe de uma unidade de valorização e transformação de sub-produtos animais.