Sociedade
Incêndios: Presidente da Câmara de Pedrógão Grande acusado de 11 crimes
Na sequência dos incêndios de Junho de 2017, Valdemar Alves foi acusado de sete crimes de homicídio por negligência e quatro de ofensa à integridade física por negligência.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande foi acusado de 11 crimes na sequência dos incêndios de Junho de 2017, sete de homicídio por negligência e quatro de ofensa à integridade física por negligência, disse esta quarta-feira fonte do Ministério Público.
Numa informação colocada no site da Procuradoria da República da Comarca de Leiria, lê-se que “o Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Acção Penal de Leiria deduziu acusação contra um arguido, autarca do município de Pedrógão Grande, pelos crimes de homicídio por negligência e de ofensa à integridade física por negligência, alguns destes de ofensa à integridade física grave”.
Fonte do MP disse à Lusa que o autarca é o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, e especificou o número de crimes.
“Esta acusação é deduzida no âmbito de inquérito autónomo instaurado com base em certidão extraída do processo onde se investigaram os incêndios que, no dia 17 de Junho de 2017, lavraram nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere e Ansião”, no distrito de Leiria, adianta a informação no site.
Ainda segundo a informação, “estes incêndios provocaram mais de seis dezenas de vítimas mortais e feriram mais de quatro dezenas de pessoas, tendo ainda destruído mais de 24 mil hectares de mato e floresta e inúmeros imóveis, sendo que o processo originário, onde estão pronunciados 10 arguidos, encontra-se, actualmente, em fase de julgamento, com audiência inicial designada para o próximo mês de Março”, adianta.
O inquérito foi avocado pela procuradora da República directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Leiria.
O incêndio que deflagrou em Junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos provocou a morte de 66 pessoas e 253 feridos, sete dos quais graves, e destruiu cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Na sequência da investigação, o Ministério Público acusou 12 arguidos, incluindo os então presidentes das câmaras de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos. Valdemar Alves não foi acusado.