Economia
Imobiliário: escasseia habitação para vender e para arrendar
Leiria não escapa à tendência nacional, apesar de haver alguns edifícios em construção
“O mercado habitacional em Portugal atravessa problemas consideráveis”, e tanto os jovens como as famílias “enfrentam cada vez mais dificuldades para encontrar casa”.
Quem o diz é a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), cujas contas apontam para a necessidade de introdução no mercado de 70 mil casas novas. Uma perspectiva com a qual nem todos os mediadores ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA concordam.
Em Leiria a habitação também escasseia. “Não há casas nem para vender nem para arrendar”, aponta Nuno Serrano. O mediador reconhece que há edifícios em construção, mas dirigidos para um segmento mais alto do mercado. “Casas de 180 mil euros, para a classe média, praticamente não há”.
Porquê? Com a crise, o sector da construção sofreu um forte abalo, muitas empresas faliram, os preços “bateram no fundo e ninguém se preocupou”. “O pequeno construtor, que ia comprando terrenos, construindo e vendendo acabou”.
Nuno Serrano diz que a procura de habitação tem crescido porque há cada vez mais estudantes e profissionais a virem para o concelho. “Isto reflecte-se no mercado de arrendamento, mas também na compra e venda”. Quantas casas faltarão em Leiria? “Não consigo apontar um número”, admite este profissional, que refere que ainda há urbanizações aprovadas há largos anos com lotes disponíveis para construção, “mas não há construtores interessados”.
De T1 a T5, “falta de tudo”, tanto em Leiria como na Marinha Grande, considera igualmente Estefânio Martins. Para este mediador, é precisa construção nova, mas há que apostar igualmente na recuperação de edifícios devolutos. Também este profissional diz que o cenário actual é reflexo da crise que levou à paragem da construção e ao encerramento de muitas empresas.
Não consegue apontar nenhum número para as casas que faltarão, mas concorda que o aumento da procura se deve ao facto de a região estar a receber cada vez mais gente de fora, atraída pela dinâmica do tecido empresarial.
Mário Matos diz ter dúvidas se o mercado escoaria as 70 mil casas novas que a APEMIP diz serem precisas. “O que se passa em Lisboa e no Porto não tem correspondência no resto do País”, aponta. Este mediador reconhece que “há, de facto, algum desfasamento entre a oferta e a procura” de habitação na região de Leiria, mas lembra que a banca ainda tem muitos imóveis em carteira.
Por outro lado, “há muita reabilitação que devia ser feita”. Na sua opinião, continua a haver casas inabitadas, embora não disponíveis, por diversos motivos.
“Há menos oferta, de facto, mas não sinto que faltem casas”, refere por sua vez Aquilino Carreira. “Claro que já não há aquela quantidade enorme de construção que havia antes da crise, até porque agora quem arrisca construir tem de o fazer com capitais próprios”, porque a banca já não financia a actividade nos moldes em que o fazia noutros tempos.
Este mediador e construtor revela estar a construir 70 apartamentos, em várias zonas da cidade de Leiria, a maioria deles a “preços acessíveis”: há T2 a 135 mil euros e T3 a 170 mil, exemplifica.
Quanto ao mercado de arrendamento, “há muita procura”, mas a oferta “não abunda”. “Vamos tendo casas, mas assim que uma fica vaga há logo vários candidato
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