Economia
Há uma empresa de Leiria que “será um enorme activo no futuro” da energia em Portugal, diz secretário de Estado
João Galamba, em conferência sobre os desafios e oportunidades para o sector do gás na transição energética, anuncia que o Governo quer apresentar já em Abril o modelo para os leilões de hidrogénio verde
A conferência internacional para comemorar 30 anos de actividade da PRF, realizada online esta manhã, em parceria com o jornal digital Eco, contou com o secretário de Estado da Energia no encerramento.
Sob o tema “Desafios e oportunidades para o sector do gás na transição energética”, João Galamba começou por elogiar a “história de sucesso” da PRF, empresa de Leiria que actua no mercado dos gases combustíveis e executa projectos chave na mão, incluindo engenharia, construção, operação e supervisão.
Para o secretário de Estado da Energia, a PRF “é uma empresa de referência”, que desempenhou “um papel muito importante no sector da energia nos últimos dois anos” e “será um enorme activo no futuro”, que passa por descarbonização e gases renováveis.
João Galamba anunciou que Abril é o mês apontado para a apresentação pelo Governo do modelo dos primeiros leilões de produção de hidrogénio verde.
Na transição energética, a tutela quer assegurar as condições legais para a emergência de projectos e está a reservar fundos comunitários do Plano de Recuperação e Resiliência (a chamada bazuca europeia) e dos programas operacionais regionais para apoiar investimentos.
Novo conceito de abastecimento móvel
Na conferência desta quinta-feira, a PRF apresentou o novo logótipo e, também, um novo conceito de posto de abastecimento móvel para GNL, o Moov.
Com o Moov, a empresa de Leiria dirige-se a clientes que requerem resposta num curto prazo de tempo.
A solução é um posto de abastecimento GNL com as características de um posto standard mas em que todos os componentes estão instalados num semi-reboque, o que permite a instalação em menos de duas horas.
No arranque do hidrogénio verde em Portugal
Na abertura da conferência, o fundador e CEO da PRF, Paulo Ferreira, garantiu que a empresa “está preparada para as grandes mudanças que se avizinham”, com o objectivo de aproveitar as oportunidades oferecidas pela transição energética.
“Temos a certeza que no futuro muito próximo a grande maioria da actividade da PRF se centrará na área dos gases renováveis”, afirmou.
Hidrogénio verde e biogás são os mais relevantes.
De resto, um dos primeiros projectos em Portugal de produção de hidrogénio verde e injecção de gases renováveis na rede de gás natural está a ser desenvolvido pela PRF, que tem como cliente o grupo Galp, através da concessionária Setgás.
Em causa está a produção de hidrogénio verde com o apoio de painéis solares fotovoltaicos para injectar numa rede de gás natural que serve habitações e algumas indústrias no concelho do Seixal.
A expectativa é que instalação e arranque ocorram ainda em 2021.
O plano de investimentos relacionados com o hidrogénio verde é o mais ousado da história da PRF, que trabalha com todos os gases combustíveis, incluindo gás natural e GPL.
Presente em três continentes, a PRF tem filiais em Espanha, França, Angola, Moçambique e Brasil. Emprega 125 pessoas, mais de 50% com formação superior.