Viver
Há um 25 de Abril a acontecer na arte urbana em Leiria
Restauro do mural da Liberdade projecta evento nacional previsto para Setembro.
Sábado, duas da tarde. As latas de tinta alinhadas no passeio da Avenida Heróis de Angola e tudo a postos para o restauro daquele que é considerado o primeiro mural de graffiti em Leiria. Pintado em 1999 por Carlos Batista e César Costa, ganha nova vida em 2017 por sugestão de Ricardo Romero, do Projecto Matilha. Mais à frente vamos perceber que há um 25 de Abril a acontecer na cidade, relacionado com a arte urbana, por agora fica a certeza de que também foi para isto que se fez a revolução: a palavra na rua sem censura.
Carlos Batista, Ricardo Romero, Lisa Teles, Mara Mures e Rui Francisco atacam uma parede com aproximadamente 20 metros de comprimento por três de altura. Quem passa mostra curiosidade, provavelmente repara na mensagem pela primeira vez: liberdade. O graffiti imaginado por Carlos Batista e César Costa celebrava, em 1999, os 25 anos do 25 Abril. Hoje serve de metáfora para a emancipação da street art, uma forma de expressão artística que começou na clandestinidade, como todas as revoluções, mas que se impôs ao ponto de tornar conhecidos do grande público nomes como Banksy (um veterano britânico com obras vendidas acima do meio milhão de euros) e Vhils (o português Alexandre Farto, que os U2 convidaram para realizador do vídeo da canção Raised By Wolves).
E o restauro do mural, no passado fim-de-semana, pretende ser a senha para um movimento revolucionário, a canção na rádio, a voz de Paulo de Carvalho a desencadear acontecimentos que vão culminar no próximo mês de Setembro com o primeiro evento em Leiria totalmente dedicado à arte urbana. Afinal, se algo a define, é a ideia de que a união faz a força.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.