Economia

GLN Advanced Solutions despede duas dezenas de pessoas em Leiria

12 ago 2025 12:30

Os despedimentos significarão um corte de um milhão de euros em salários

gln-advanced-solutions-despede-duas-dezenas-de-pessoas-em-leiria
Aministrador admite poder fechar a empresa se o negócio não melhorar
Ricardo Graça
Daniela Franco Sousa

A GLN Advanced Solutions, fabricante de peças plásticas para a indústria automóvel, em Leiria, vai despedir 23 colaboradores.

Carlos Marques, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente, confirmou ao JORNAL DE LEIRIA que a empresa tentou fazer um acordo com os colaboradores. Contudo, como a maioria não aceitou, a GLN Advanced Solutions enveredou por um despedimento colectivo. Trata-se de funcionários de chefias e escritórios, explicou o sindicalista ao nosso jornal.

O JL tentou, sem sucesso, ouvir o administrador, Gonçalo Ventura.

Segundo o Jornal de Notícias, a empresa de Leiria “vai despedir 23 directores, quadros médios e técnicos, por terem ‘salários mais elevados’, num universo de 520 trabalhadores efectivos e 75 temporários”.

Gonçalo Ventura confirmou àquele jornal a necessidade de “’adequar a estrutura de custos às quebras na produção e nas receitas’, e admite até fechar a empresa”.

“Estamos num processo de despedimento colectivo e de adequação da estrutura de custos, em função dos resultados, para garantir a viabilidade da empresa”, afirmou Gonçalo Ventura. “É impossível manter os custos, com estas quebras nas receitas, e vai ser uma poupança muito grande”, expõe ainda.

O JN apurou que “este corte reduzirá os custos com salários em cerca de um milhão de euros por ano, sendo que a empresa facturou 54,5 milhões em 2023, valor que tem vindo a diminuir”.

“O administrador da GLN AS, que pertence ao Grupo Manuel Champalimaud, explica que a medida pretende ‘garantir os restantes postos de trabalho’ num cenário de crise na indústria automóvel e assegura que serão pagas as ‘indemnizações devidas’ após a conclusão do despedimento colectivo comunicado a 30 de Junho”, prossegue a mesma fonte. “Esclarece ainda que ‘houve várias pessoas que aceitaram sair’. A expectativa de Gonçalo Ventura é que, no futuro, o negócio cresça e a empresa possa ‘voltar a contratar’. Caso tal não suceda, admite que a GLN AS possa vir a fechar. No imediato, não, mas é um cenário que tem de se pôr’”.

Aliás, nota a mesma publicação, “essa possibilidade foi avançada pelo administrador durante uma reunião, em Julho, com trabalhadores, advogados e a Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho”.