Economia

Futuro da indústria de moldes requer “verdadeiro ecossistema de inovação”

1 dez 2025 09:00

Leiria e a região vivem “um momento decisivo de transformação”

“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
Fotografia: Ricardo Graça
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
Fotografia: Ricardo Graça
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
Fotografia: Ricardo Graça
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
Fotografia: Ricardo Graça
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
“Moldes podem e devem desempenhar um papel central” no cluster de defesa
Fotografia: Ricardo Graça
Jacinto Silva Duro

Até sexta-feira, realiza-se na Marinha Grande e Oliveira de Azeméis a 14.ª edição da Semana de Moldes, com um programa que aposta na inovação, na troca de conhecimento internacional, com presença de comitivas da Irlanda e Singapura, apresentação de casos de sucesso, reuniões B2B e um Brokerage Event, além de mesas redondas e debates.

Na sessão de abertura do evento organizado pelo Centimfe, Cefamol e Pool-net, na segunda-feira, o presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal salientou a capacidade de resistência e de resiliência ao conseguir reinventar-se, após as várias crises dos últimos anos.

Fernando Alfaiate salientou ainda o papel da indústria de moldes numa economia global em constante mutação.

Uma ideia reforçada pela presidente do Centimfe, Cláudia Novo, que sublinhou a relevância internacional do cluster, como “um exemplo de consolidação industrial que exporta para mais de 80 países”.

Portugal é “o 4.º maior exportador europeu e o 8.º a nível mundial” na fileira dos moldes.

Os autarcas da Marinha Grande e de Leiria apoiaram-se na história para falar de futuro.

O primeiro, Paulo Vicente, recordou o pioneirismo da indústria de moldes comparando-a ao fabrico do vidro “com Guilherme e Diogo Stephens”, empresários que, no século XVIII, marcaram o início da vocação industrial e exportadora do concelho.

O segundo, à noite, no jantar de gala no Castelo de Leiria, traçou um paralelismo entre “o engenho, visão e determinação” necessários para erguer no topo de uma escarpa aquela fortaleza e os moldes.

Gonçalo Lopes sublinhou que as mesmas qualidades continuam a distinguir o trabalho dos empresários do ramo.

“[O castelo] nasceu da vontade de proteger e fortalecer uma comunidade que tem um propósito comum e que hoje se cumpre de outra forma, já não com muralhas, mas com a inovação, o conhecimento e a capacidade de real valor em cuidar do desenvolvimento”, sublinhou, recordando que a fileira é, há décadas,um dos pilares do ambiente económico regional, ao criar emprego e riqueza, e ao definir o carácter da região.

Alertando para o facto de que Leiria e a região vivem “um momento decisivo de transformação”, o autarca afirmou a urgência de consolidar“o verdadeiro ecossistema de inovação que une empresas, centros de conhecimento e instituições públicas, capazes de transformar talento e tecnologia em valores económicos e sociais”.

Prevendo que a Linha de Alta Velocidade reforçará investimento e fixação de talento tal como a transformação do Politécnico de Leiria em universidade disse esperar o reforço do ecossistema de saber e conhecimento, através de entidades e equipamentos como a Startup Leiria, que é “a terceira melhor do País”, o futuro Leiria Innovation Mobility Hub, a ser construído no topo norte do estádio municipal de Leiria, voltado para as indústrias de carácter tecnológico, o novo espaço de co-work, nas antigas instalações da EDP e o Parque Empresarial de Monte Redondo.

Gonçalo Lopes terminou a intervenção com uma alusão a uma área que está já presente, e que se corporiza, na região, na criação de um cluster industrial ligado à economia da defesa, “no qual, os moldes podem e devem desempenhar um papel central”, pelas suas qualidades, tecnologia e histórico de inovação industrial.