Viver
Festival de Setembro. A incrível aventura da emigração inspira música e outras artes em Ourém
Concertos, cinema, teatro, dança, gastronomia, visitas guiadas, circo contemporâneo, poesia e muito mais num programa de três dias que também tem uma forte componente científica
Nós, migrantes. O tema atravessa o Festival de Setembro, encontro entre culturas do mundo que acontece em Ourém, de sexta-feira a domingo, com mais de meia centena de actividades. Cinema (The Immigrant, de Charlie Chaplin, as agruras do sonho americano no início do século XX; Great Yarmouth, de Marco Martins, com Beatriz Batarda, as redes de contratação de mão-de-obra portuguesa para fábricas no Reino Unido; Alma Viva, de Cristèle Alves Meira, as férias de infância na aldeia; My heart is there, my body is here, os refugiados, num documentário de Pedro Cruz e João Doce) e fotografia (imagens de Gérald Bloncourt, que retratou os bidonville portugueses, em Paris) e dança (O Salto, a emigração clandestina, pela companhia Arabesque) e performance (Trans(H)umância, do grupo de teatro Kopinxas, rebanhos de fato preto e mala executiva amestrados por um pastor) e música (NinaNinar, canções de embalar de vários lugares do mundo ensinadas por habitantes da freguesia de Arroios, onde estão identificadas mais de 90 nacionalidades) e circo contemporâneo (Calor, de Jean Philippe Kikolas, as pessoas sem lar, nómadas do tempo presente) e poesia (leituras sobre viagens nas ruas da vila medieval) e até gastronomia – edifícios históricos e jardins panorâmicos tornam-se laboratórios de sabores do mundo, de França a Inglaterra, do Brasil a Angola, com ratatouille e scones, caipirinha e ginguba torrada.
“Continua a haver algumas barreiras culturais”, comenta a museóloga e antropóloga Ana Saraiva, responsável, a par de João Aidos, director do Teatro Municipal de Ourém, pela curadoria do evento em 2023. “Informar e sensibilizar” para o “diálogo intercultural” é uma ambição do Festival de Setembro, que decorre nos dias 8, 9 e 10 na vila medieval e se realiza pela primeira vez desde 2017 (e também pela primeira vez depois das obras de reabilitação do Castelo e Paço dos Condes de Ourém).
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