Sociedade
Felicidade, o elixir da saúde e do sucesso nos negócios
"Muito do que somos" resulta da nossa genética e das circunstâncias que nos envolvem, mas há atitudes e comportamentos que podemos adoptar, ou evitar, para promover a felicidade
Todos correm atrás da felicidade, mas poucos estarão conscientes de que ela depende, em primeira instância, de si mesmos. Se é verdade que “muito do que somos” resulta da nossa genética e das circunstâncias que nos envolvem, e se quanto à primeira pouco poderemos fazer, também é verdade que há atitudes e comportamentos que podemos adoptar, ou evitar, para promover a felicidade.
Foi esta a mensagem deixada ontem por José António Pereira da Silva, professor catedrático na Universidade de Coimba, num jantar-conferência promovido pela associação Atlas e pela Nerlei, onde falou sobre o contributo da felicidade para a saúde e os negócios.
Lembrando o conceito de psicologia positiva, o orador defendeu que se pode promover a felicidade, porque há subjectividade individual na acção de cada um. Mas o que é afinal a felicidade? É o resultado da tendência central (genes, química) de cada indivíduo, mais as suas circunstâncias e as suas actividades voluntárias. Logo, “a felicidade de cada um é diferente da do seu vizinho”.
“A felicidade devia ser vista como objectivo da economia”, defendeu Pereira da Silva, reumatologista, para quem, também nas empresas, ela deve estar entre os principais objectivos. “Vendam felicidade aos clientes. Mas atenção, que ninguém vende o que não tem”. O orador frisou que a felicidade “é um pré-requisito para o sucesso, e não apenas um sub-produto da vida” e que, em última análise, “é a medida de valor de todas as coisas”.
No jantar conferência falou-se ainda de responsabilidade social das empresas, com os oradores (Emílio Rui Vilar, administrador não executivo da Fundação Gulbenkian, e Rui Pedroto, presidente da Fundação António Manuel da Mota, além de Pereira da Silva) a defenderem que ela deve dirigir-se, em primeiro lugar, para os seus colaboradores. É que trabalhadores felizes “são mais produtivos, mais criativos e mais fiéis”.