Sociedade
Faleceu Batista de Matos, rosto da emigração portuguesa em França
Funeral será esta quarta-feira em Alcanadas, Batalha
José Batista de Matos, que se tornou um símbolo da emigração portugues, faleceu subitamente este domingo à noite. O funeral será esta quarta-feira, de manhã, na sua terra natal, Alcanadas, concelho da Batalha.
“Um ilustre batalhense e um homem extraordinário na defesa dos interesses dos seus concidadãos em Paris”, escreve Paulo Batista Santos, presidente da Câmara, na sua página de facebook. A autaquia já decretou três dias de luto municipal, tendo em conta, entre outros aspectos, o papel de Batista de Matos na defesa dos emigrantes portugueses, nomeadamente em França.
Dirigente associativo, antigo conselheiro das comunidades portuguesas e rosto da emigração no Museu Nacional da História da Imigração em Paris, Batista de Matos tinha 84 anos. “O que me levou para França foi um conjunto de razões, mas sobretudo a questão política”, recordou ao JORNAL DE LEIRIA (revista Comunidades Portuguesas Paris) há cerca de um ano.
Baptista de Matos foi membro fundador e dirigente da Associação Portuguesa de Fontenay-sous-Bois (há duas semanas recebeu a medalha desta cidade), inaugurou o primeiro monumento ao 25 de Abril de 1974, fora de Portugal, também nesta cidade francesa, trabalhou na sua geminação com a Marinha Grande, foi Conselheiro das Comunidades durante oito anos e publicou dois livros: História, cultura e tradições das Alcanadas e Uma vida de militância cívica e cultural.
Em França, onde chegou em Abril de 1963 sem falar francês, foi encarregado-geral no metro de Paris onde ajudou a construir 23 estações, e, em Maio de 1968, associou-se aos protestos e foi um dos instigadores da greve numa estação da capital francesa.
Pela mão do Presidente da República, Cavaco Silva, foi-lhe atribuída a 10 de Junho de 2011 a Comenda da Ordem de Mérito.