Sociedade

Dívida do Município de Leiria fica abaixo dos 10 ME

16 abr 2025 16:02

Vereadores da oposição lamentam que os resultados obtidos - saldo de gerência de 30,6 milhões de euros e o resultado líquido de 1.2 ME - se deva "a obras “se devam a obras sistematicamente adiadas "

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Contas da Câmara de Leiria aprovadas com os votos contra a oposição
Ricardo Graça

Pela primeira vez, desde a construção do estádio, a dívida do Município de Leiria ficou abaixo dos 10 milhões de euros (ME), cifrando-se, no final de 2024, em 9.4 ME. Este dado, que resulta das amortizações do empréstimo para as obras do Euro’ 2004, foi destacado pelo presidente da câmara, durante a votação do relatório e contas da autarquia referente ao último ano, com Gonçalo Lopes a realçar também o volume de investimento, com as despesas de capital a ultrapassarem 38,7 ME.

“Fez-se obra sem comprometer a saúde financeira do município”, afirmou, frisando que, desde o início da governação socialista, em 2009, o município não recorreu “a qualquer empréstimo” e manteve, no ano passado, o prazo médio de pagamentos de quatro dias.

Análise diferente fizeram os vereadores da oposição, que votaram contra. Álvaro Madureira, independente eleito pelo PSD, defendeu que, face aos resultados - saldo global de 30,6 milhões de euros e resultado líquido de 1.2 ME -, “não há necessidade de os munícipes pagaram tanto”, em termos de taxas e tarifas e que a câmara tem condições para abdicar de parte da participação variável do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares.

O vereador da oposição lamentou ainda que os resultados obtidos “se devam a obras sistematicamente adiadas, como a requalificação da Avenida Heróis de Angola, a aposta na construção de habitação a custos controlados”, o combate “ao desperdício de água” ou a execução de parques empresariais nas freguesias. “É positivo em termos de resultados financeiros, mas não há obra suficiente que possamos ver que vale a pena pagar os impostos que pagamos”, acrescentou.

“Nunca se investiu tanto per capita como em 2024”, retorquiu o presidente da câmara, apontando como exemplo obras na área da educação, o aumento das transferências para as freguesias destinadas a obra e o investimento em áreas que “não são da competência da câmara”, como a saúde, através do projecto Bata Branca, ou a segurança, com a instalação de videovigilância.