Sociedade
De Alcobaça para o mundo como diplomata
Luís Lorvão já desempenhou funções em quatro continentes.
Washington (EUA), Genebra (Suíça), Tóquio (Japão), Pequim (China), Nairóbi (Quénia), Montevidéu (Uruguai) e Santiago (Chile) foram alguns dos destinos que já se cruzaram no caminho Luís Lorvão. Natural de Alcobaça, o diplomata é o actual embaixador de Portugal em Singapura, um território que considera “um lugar especial”.
Formou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, e ainda ponderou seguir a vida académica. Mas, concluída aquela formação, incluindo o estágio feito no escritório de Lisboa de José Henriques Vareda, advogado da Marinha Grande conhecido pela sua oposição à ditadura, Luís Lorvão fez uma nova licenciatura, desta vez em ciências sociais e políticas, “já com ideia de concorrer à carreira diplomata”.
Entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) em 1980 e, cinco anos depois, assumiu a sua primeira missão como diplomata, ao ser nomeado secretário de embaixada em Washington, cargo que desempenhou durante quatro anos.
Seguiu-se a representação de Portugal junto das Nações Unidas, em Genebra, onde Luís Lorvão tinha como “principal pelouro” a ligação com a CNUDEC – Comissão das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento.
Foi, diz, “um desafio muito interessante”, interrompido em 1991, quando foi chamado a Lisboa para trabalhar na preparação da primeira presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que teve lugar durante o primeiro semestre de 1992.
É durante esse período que se dá também a Cimeira do Rio, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento. Embora não tenha estado presente, Luís Lorvão refere esse acontecimento ao recordar o seu percurso profissional, porque, após a cimeira, assumiu no MNE o dossier do ambiente internacional, coordenando as várias equipas portuguesas envolvidas.
“[Desse tempo] O que mais me orgulho é o trabalho que desenvolvemos em torno da Convenção das Nações Unidas sobre Desertificação, realizada em Paris, em Junho de 1994. Dessa convenção, há um anexo sobre o Mediterrâneo que, em grande parte, é obra dos delegados portugueses”, conta o diplomata.
Terminada essa missão, Luís Lorvão rumou a Tóquio, como conselheiro de embaixada. Chegou em Outubro de 1994 e meses depois o Japão foi atingido por um grande terramoto, que vitimou mais de seis mil pessoas.
Além dessa tragédia, o diplomata recorda desse período o fascínio que ganhou pela cultura asiática e pelo legado deixado pelos portugueses em lugares “tão longínquos”.
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