Sociedade

Das cinzas do Ovelha Negra, nasce em Leiria o Espaço Grito

11 abr 2019 00:00

Novo projecto dá palco a bandas de originais.

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As coordenadas são debitadas pelos próprios promotores, no Facebook, mas à moda antiga: IC2, sentido Leiria Pombal, semáforos da Boa Vista à esquerda e logo de seguida primeiro corte à direita. É ali que vai funcionar, todas as sextas-feiras, o Espaço Grito.

A abertura aconteceu na última semana, 5 de Abril, com concertos de Horse Head Cutters (que editaram em Setembro o álbum Glam Hooves) e Model Mother Tongue (que existem nesta versão desde o início do ano passado).

Nos primeiros dois meses, Abril e Maio, o objectivo passa por colocar 16 colectivos diferentes em palco, num projecto “só dedicado a bandas de originais”, explica Jardel Carlos, o rosto do antigo bar Ovelha Negra, na Marinha Grande, durante anos destino obrigatório para a música ao vivo. É ele que lidera esta nova aventura nos bastidores e também está convocado para brilhar debaixo dos holofotes: os Hermosa Beach, de que é vocalista, actuam a 19 de Abril, na mesma noite dos Artigo 21, de Lisboa.

Além do punk, o Espaço Grito (situado na Rua da Granja, número 2, junto à zona industrial Zicofa) vai acolher outros géneros, do metal ao rock, do grunge ao funk.

A ideia é revelar novos valores, dar visibilidade ao que se faz na região e ao mesmo tempo trazer nomes de fora a Leiria. Ou seja, de certa maneira, replicar o efeito do Ovelha Negra na Marinha Grande, por onde passaram Miss Lava (de Lisboa) e Contradiction (Alemanha), entre tantos outros.

“Acredito que há muita gente sedenta de concertos”, afirma Jardel Carlos. E “muita banda” a querer mostrar o que vale.

Só têm de levar os instrumentos, porque o bar tem PA. A receita de bilheteira reverte a favor dos músicos.

Abril com punk, metal e grunge. Hate Disposal e Diabolical Mental State são os próximos a pisar o palco do Espaço Grito, na sexta-feira, 12 de Abril. Os primeiros, da Marinha Grande, praticam um som com influências de death metal, já têm história, com diferentes formações, e voltam agora a reunir-se. Os segundos chegam de Lisboa, somam também muitos anos de estrada (e de metal) e estão a promover o primeiro álbum, Diabolical World, gravado no ano passado. Seguem-se, a 19 de Abril, os Hermosa Beach, da Marinha Grande, uma formação de punk rock cantado em português, com o vocalista Jardel Carlos, responsável pelo Espaço Grito, a jogar em casa, numa noite em que também actuam os Artigo 21, de Lisboa. Filiados no mesmo género musical, passaram recentemente pelo Moita Metal Fest e estão a promover o segundo disco de originais, Ilusão. O primeiro mês de actividade no novo bar concerto na Zicofa, em Leiria, fecha, a 26 de Abril, com os Wave Flow, de Braga, que misturam referências do rock e do grunge, actualmente a meio da digressão de apresentação do segundo álbum de originais, Electric Breath, e os Model Mother Tongue. O colectivo de Leiria junta alguns elementos que tocam juntos desde 2011 e que no início de 2018 decidiram avançar para os originais, na onda do hard rock. Dentro de algumas semanas, o Espaço Grito deverá começar a abrir também aos sábados. Os espectáculos LGBT que ali se realizavam, no contexto do projecto Casanova, estão suspensos e, de acordo com a gerência, vão ressurgir noutras instalações, mais perto do centro da cidade.