Sociedade

Daniel Adrião candidata-se pela “descontinuidade” à liderança do PS

18 nov 2023 13:37

Esta é a quarta vez que o antigo presidente da concelhia de Alcobaça se candidata a secretário-geral do PS.

daniel-adriao-candidata-se-pela-descontinuidade-a-lideranca-do-ps
Daniel Adrião anuncia este sábado a sua candidatura durante a Comissão Nacional do PS
DR
Redacção/Agência Lusa

Antigo presidente da concelhia do PS de Alcobaça, Daniel Adrião assumiu, este sábado, a candidatura ao cargo de secretário-geral do PS, que diz ser em nome da “descontinuidade” face à linha seguida por António Costa, defendendo que um novo ciclo exige outros protagonistas.

“Para um novo ciclo político são necessários novos protagonistas. A minha candidatura não é de continuidade, sendo antes de descontinuidade. É uma candidatura com ideias muito claras, muito distintas, com um novo modelo de governança para o PS e com um novo projeto reformista e transformador para o país”, afirmou Daniel Adrião em declarações aos jornalistas à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS. 

Interrogado sobre como se vai posicionar entre dois candidatos à liderança do PS considerados fortes, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, Daniel Adrião contrapôs: “Havia candidato mais forte do que António Costa, primeiro-ministro do País?”

“No entanto, em nome dos ideais e do projecto alternativo que defendo, decidi apresentar candidaturas à liderança do PS. Nenhum dos meus camaradas José Luís Carneiro ou Pedro Nuno Santos é tão forte como foi António Costa”, frisou.

Esta será a quarta vez que Daniel Adrião se candidata à liderança dos socialistas, depois de já o ter feito em 2016, 2018 e 2021, sempre contra o actual secretário-geral, António Costa.

“Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo”, declarou Daniel Adrião à agência Lusa na sexta-feira.

Neste momento, estão no terreno as candidaturas do ex-secretário-geral adjunto e actual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a do deputado socialista e ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Nas declarações que fez à agência Lusa, Daniel Adrião fez também uma referência às causas da demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro. Uma demissão que conduziu à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de Março.

“Passei estes anos todos a alertar para más práticas que culminaram na situação em que actualmente nos encontramos. Se me tivessem dado ouvidos…” comentou.

Na semana passada, durante a última reunião da Comissão Política do PS, Daniel Adrião defendeu que o actual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno deveria ser o candidato a primeiro-ministro dos socialistas nas próximas eleições legislativas.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

Na sequência do último congresso do PS, que se realizou em Faro, no verão de 2021, a sensibilidade socialista liderada por Daniel Adrião elegeu 12% dos membros da Comissão Nacional e 15% da Comissão Política.