Desporto
Dá competição a 600 futebolistas, mas os resultados são o que menos importa
Com os campeonatos dos escalões jovens parados, a Associação de Futebol de Leiria criou um torneio sénior onde os mais novos também cabem. Só precisam de exame médico e podem competir
Quando a Associação de Futebol de Leiria resolveu avançar para a realização de um torneio distrital de sub-21, a adesão foi maciça. Rapidamente, 29 equipas foram inscritas. Outras, de fora do distrito, também quiseram seguir-lhe o exemplo.
Os clubes encontraram nesta prova uma forma de poder dar minutos de jogo aos atletas juniores, impedidos que competir no seu próprio escalão porque as provas destinadas à formação não estão autorizadas.
Era precisamente esse o objectivo de Manuel Nunes, “tentar dar resposta ao teor” das resoluções do Conselho de Ministros e à orientação n.º 36 da Direcção-Geral da Saúde.
“Tivemos de encontrar soluções para que os clubes pudessem ter actividade para os seus jogadores e treinadores. Não queríamos que o futebol se resumisse àquelas competições mais institucionais de seniores”, explica o presidente da Associação de Futebol de Leiria.
“Estimulámos, e depois as outras associações distritais fizeram o mesmo, que os clubes criassem equipas B e as inscrevessem nas competições distritais de seniores, e organizámos um campeonato de sub-21 para permitir que jogadores seniores de primeiro e segundo anos competisse, ao mesmo tempo que se pudessem inscrever-se outros jogadores mais novos.”
Com a realização de um exame médico desportivo, os sub-19 passam a estar aptos a competir pelos seniores.
Foi tendo em conta essa premissa que a entidade que gere o futebol distrital resolveu avançar com a realização da prova do escalão sub-21 e assim permitir que um menor número de jovens se visse forçado a parar durante mais uma temporada desportiva.
A Academia CCMI estreia-se, pois, a competir numa prova sénior, ainda que neste contexto especial. Para Rui Bandeira, treinador da equipa de sub-21, a chegada desta prova foi recebida com “agrado”.
“É difícil treinar sem competir, ainda por cima numa idade em que a taxa de abandono é extremamente elevada, por causa da faculdade e de outro tipo de solicitações. O facto de haver competição reforça um pouco esse desejo de continuarem essa prática”, explica o também coordenador técnico.
A União de Leiria foi mais longe. Colocou os sub-19, que deveriam disputar a 1.ª Divisão nacional do escalão, a competir no último escalão do futebol sénior distrital, e no torneio de sub-21 inscreveu duas equipas compostas pelos jogadores sub-17 e sub-16, os tradicionais juvenis.
O presidente do clube, Nuno Cardoso, admite que houve pais que o questionaram, temendo a integridade dos seus filhos atletas nos confrontos com outros consideravelmente mais velhos, dois escalões acima. No entanto, acabaram convencidos devido à “exigência” e “rigor” do exame médico desportivo de sobreclassificação que os jovens jogadores tiveram de fazer.
Até ao momento, por isso, o balanço tem sido “extremamente positivo”. A actividade tem sido feita, “com dificuldades e alguns constrangimentos, mas o que interessa é que dezenas de clubes e centenas de atletas tenham esta possibilidade que de outra forma não teriam”, exp
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