Viver

Curta de Sandrine Cordeiro seleccionada para festival de cinema no Côa

7 jul 2023 18:45

Inteiramente gravado e editado em telemóvel, o filme capta o ambiente das ruínas das termas do Cró

curta-de-sandrine-cordeiro-seleccionada-para-festival-de-cinema-no-coa
“Explora a relação do corpo com o espaço abandonado deixado à mercê da Natureza”, adianta Sandrine Cordeiro
DR

Das Ruínas... A Natureza, filme de Sandrine Cordeiro, foi seleccionado para a mostra de cinema ambiental Do(C)ôa Nature Film Festival, anunciou a autora.

A curta-metragem será exibida a 14 de Julho, em Figueira de Castelo Rodrigo, no Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo, no âmbito do programa do festival CÔA – Corredor das Artes.

Com quatro minutos e 33 segundos de duração, o filme de Sandrine Cordeiro foi gravado nas ruínas das termas do Cró, com imagens inteiramente captadas e editadas em telemóvel.

Explora a relação do corpo com o espaço abandonado deixado à mercê da Natureza”, adianta Sandrine Cordeiro ao JORNAL DE LEIRIA.

É no meio desta paisagem, em contacto directo com o mundo natural, que é possível passear pelas margens dos rios Cró e Côa, fazer percursos pedestres, entrar nas águas cristalinas, descobrir as ruínas das antigas termas e ver como se organizava toda uma zona que vivia do termalismo no último século”, lê-se na sinopse.

A natureza pinta e esculpe o espaço continuamente; uma pintura criada pelo(s) tempo(s), pela deterioração dos materiais daquele lugar, onde se introduzem múltiplas tonalidades de cores de origem natural misturadas com outras que ali foram depositadas pela mão humana, e que se transformam ao longo das diferentes estações do ano, dos dias, das horas… na verdade, a cada instante: a luz muda, a temperatura, o som, cada partícula … tudo muda continuamente. As forças invertem-se na Ruína, lugar de reconquista do espaço pela Natureza e o corpo que o descobre é um mero mediador nesta relação”, descreve-se no mesmo texto.

Trata-se de um corpo que se submete ao lugar presente. No meio do pó e dos destroços, pequenas plantas aproveitam a frescura de dias quentes para crescerem e dançarem conforme a brisa que entra pelas aberturas, outrora janelas e portas, que cortam aquele labirinto escuro por onde o corpo passeia devagar, cuidadoso, deixando-se levar pelo lugar na descoberta de texturas, do equilíbrio e desequilíbrio que se cria continuamente nesta relação”, termina.