Viver
Crianças da D. Dinis escrevem livro a várias mãos
É a vez dos mais novos serem escritores
A mochila azul e rosa que Teresa Silva transporta deu o mote para a obra Hoje Escrevo Eu, que teve a autoria de 150 alunos do 2.º ano do Agrupamento de Escolas D. Dinis, em Leiria. "Tem quatro objectos: dois sacos de chá, óculos e bolas“, conta Teresa.
Professora bibliotecária no agrupamento, é responsável pela coordenação do projecto, realizado no ano lectivo 2016-2017. Porém, são os alunos, provenienentes de seis escolas, as estrelas maiores nesta aventura.
"A construção da história são eles que ditam. Faço um trabalho muito neutro, porque as ideias e as palavras são deles. Faço questão que me ditem as frases e comentem se está bem ou não", frisa a docente, sobre o processo de construção, que foi feito com seis sessões de uma hora e meia em cada escola. "Ao fim desse tempo teve de sair a história feita", realça ao JORNAL DE LEIRIA.
O objectivo principal consistiu em motivar os alunos para a escrita. "São histórias muito pequeninas, que ajudam a desenvolver o gosto pela leitura e escrita", acrescenta a coordenadora, que contou com o apoio das docentes Fátima Serrano (EB Amarela), Susana Sousa (EB Arrabalde), Cátia Sousa (EB Barosa), Vanessa Prazeres (EB Branca), Lídia Pedrosa (EB Capuchos) e Maria dos Anjos Sousa (EB Guimarota).
O Hipopótamo e as Cores, uma das histórias, foi escrita pelos alunos da Escola Básica Amarela, que actualmente frequentam o 3.º ano.
Os mais novos gostaram de acompanhar a produção e construção do livro, apesar de algumas dificuldades sentidas no desenvolvimento da narrativa.
"No princípio, há sempre aquele bloqueio de como se vai encaixar os objectos numa história. A escolha do rumo e acção tem que ser aceite por todos. Há situações em que se demora bastante tempo nestas escolhas. Depois é tentar organizar as ideias, que são muitas", confessa Teresa.
A obra, de 32 páginas, resultou em 36 textos, divididos por seis capítulos, de que fazem parte propostas de actividades que levam à leitura dos textos e à sua resolução, no próprio livro, como forma de prolongamento e exploração.
"É um livro-jogo, que eles podem recortar e escrever, algo que normalmente não conseguem fazer nos livros", constata Teresa, para a vertente lúdica da obra.
A concepção gráfica, paginação e ilustração ficou a cargo de Leonel Brites, designer gráfico leiriense.