Viver
Continuo a acreditar que teremos uma sociedade livre de hipocrisia e desonestidade
Francisco Pedro, jornalista
Se estivesse ligado ao mundo da arte, o que seria?
Sempre estive ligado ao mundo da arte, embora, por razões várias, como praticante não assíduo. Se o fizesse na plenitude, seria com toda a certeza um experimentalista, sobretudo na área da música e das artes plásticas.
O projecto que mais gozo lhe deu fazer
Uiii …. Foram tantos. Mas talvez o mais importante seja o que está inacabado, que é aprofundar o conhecimento da cultura indígena. Já tive a oportunidade de (con)viver com os índios Yanomami (Brasil), Warao (Venezuela) e Nasa (Colômbia), mas quero mais. O que se aprende com eles, o seu relacionamento com natureza e com a simplicidade da vida é algo que continua a fascinar-me.
O espectáculo, concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
A surpreendente interpretação do grupo Supermomix, em Lisboa; o fenomenal concerto de Frank Zappa, em Madrid; as peças originais no Museu do Índio, em Nova Iorque ou a originalidade provocatória da obra de Yayoi Kusama, no Museu Rainha Sofia, em Madrid.
O livro da sua vida
Foram vários, mas destaco por exemplo O Zoo Humano, de Desmond Morris, pela época e pelo contexto em que foi ‘devorado’; ou Índio Branco, de J.M.G. Le Clézio.
Um filme inesquecível
Como só pedem um, A Missão, com Jeremy Irons e Robert de Niro, por razões óbvias.
Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
Assim, de repente, talvez a banda sonora do filme Cisne Negro.
Um artista que gostava de ter visto no Teatro José Lúcio da Silva
O virtuoso Pat Metheny.
Uma viagem inevitável
Regressar à Amazónia e fazer umas férias na Nova Zelândia
Um vício que não gostava de ter
Continuar a acreditar que um dia teremos uma sociedade livre de hipocrisia, de desonestidade, de corrupção, de injustiça social.
Um luxo
Ter uma filha extraordinária, amigos dos bons e a possibilidade de continuar a conhecer outros povos e outras culturas.
Uma personalidade que admira
Agostinho da Silva, a nível nacional; Mahatma Gandhi, a nível internacional.
Uma actriz que gostava de levar a jantar
Se é para sonhar, podem convidar a Olivia Wilde, por exemplo, e marcar mesa no Yeatman Hotel, no Porto. Eu levo o vinho.
Um restaurante da região
É difícil escolher só um. Mas para fugir aos que já são sobejamente conhecidos, a Ti Maria dos Queijos, em Porto de Mós, ou o Rogério, nas Cortes. Comida genuinamente portuguesa, ambiente familiar.
Um prato de eleição
Tagine de cabrito, com figo e ameixa, feita por mim.
Um refúgio (na região)
Os diversificados percursos pedestres no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros.
Um sonho para Leiria
Que continue a ser inspiradora para os que não desistem de transformá-la numa cidade acolhedora, simpática, artística, musical e inovadora do ponto de vista cultural. E para os que têm responsabilidades na definição estratégica do seu futuro.
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