Sociedade
Concelhia do PSD de Castanheira demite-se em protesto pela candidatura de Alda Carvalho
Estrutura concelhia critica direcção nacional do PSD por ter “ignorado” estatutos ao não seguir a indicação da estrutura local, que tinha indicado, “por unanimidade”, outro candidato.
A concelhia do PSD de Castanheira de Pera demitiu-se, por discordar da escolha de Alda Carvalho, actual presidente do Município, como candidata à Câmara nas próximas eleições, voltando a concorrer como independente.
Em comunicado, estrutura liderada por João Graça, alega que a decisão da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD, anunciada esta quarta-feira, “contraria o que foi votado, por unanimidade” na comissão política de secção de Castanheira de Pera.
Naquela nota, é referido que a estrutura concelhia indicou o nome de Luís Oliva, “por entender que reunia as condições e tinha o perfil necessário para responder aos desafios” que o concelho tem pela frente.
No comunicado lê-se ainda que a concelhia “não se revê na escolha do candidato apresentado pela CPN, pelo que serão tiradas as devidas ilações desta decisão, que passará pela demissão imediata”.
Em declarações à agência Lusa, João Graça, que é também vice-presidente da Câmara, na Concelhia foi feita “a votação de dois nomes, Luís Oliva e Alda Carvalho, e, por unanimidade, foi escolhido o primeiro”.
Segundo o dirigente, essa indicação foi dada à distrital que, “em reunião, apoiou a decisão da concelhia”, tendo siso apresentadas à CPN as razões e o porquê da escolha”.
“[A CPN] entendeu que devia seguir a indicação do doutor Rui Rio [presidente do PSD] de que os presidentes de câmara eleitos, mesmo independentes, se manifestassem intenções de se recandidatarem, eram automaticamente indigitados”, refere o dirigente, alegando que, “esta decisão vai contra os estatutos do partido e ignora a indicação da concelhia”.
À Lusa, o presidente da Comissão Política Distrital do PSD, Rui Rocha, salientou que “houve uma divergência entre a Concelhia e a orientação nacional de candidatura da actual presidente”.
“Foi referenciado e sinalizado de forma insistente para que a direcção nacional pudesse ter a máxima sensibilidade na abordagem deste processo, na medida em que Concelhia aprovou, por unanimidade, outro nome”, disse Rui Rocha.
Entretanto, Alda Carvalho emitiu também um comunicado, onde refere que “pretende com esta recandidatura fazer uma inclusão de novas fórmulas de administração municipal”, na defesa “do território concelhio e, principalmente, das pessoas, com uma verdadeira matriz social-democrata”
.
“Trata-se de uma candidatura de inclusão, adaptada aos novos tempos, em parte interrompido com a pandemia da Covid-19”, lê-se na nota.
Nesse comunicado é ainda destacado o percurso de Alda Carvalho “como empresária e na área da banca” e o facto de ter sido a primeira mulher a presidir à Câmara de Castanheira de Pera e de ter conquistado para o PSD “um bastião socialista”.