Economia
Comité vai gerir apanha de percebes das Berlengas
Zona classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogenética
O Ministério do Mar criou um comité de cogestão para a apanha de percebes na Reserva Natural das Berlengas, com vista à pesca sustentável.
Este grupo vai ter como missões “gerir e monitorizar de forma sustentável a apanha de percebes”, desenvolvendo acções para promover o bom estado deste recurso, assegurar a sustentabilidade da actividade, e elaborar e executar um plano de gestão sustentável para a pescaria, segundo uma portaria publicada na semana passada.
“A apanha de percebes na faixa entre marés do arquipélago das Berlengas tem uma considerável importância socio-económica a nível local e regional, devido ao elevado valor comercial desta espécie e ao facto de ser uma prática profundamente enraizada em determinados sectores das comunidades piscatórias locais”, refere o documento.
Do comité fazem parte todos os mariscadores licenciados e representantes do Ministério do Mar, da Arméria - Movimento Ambientalista de Peniche, da Autoridade Marítima Nacional, da Câmara Municipal de Peniche, da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, da Docapesca, da GNR, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, do Instituto Politécnico de Leiria - Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, da Universidade de Évora, da Plataforma de Organizações não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca (PONG-Pesca) e da Associação Natureza Portugal associada à World Wide Fund for Nature (ANP-WWF).
A Reserva Natural das Berlengas, ao largo de Peniche, no distrito de Leiria, possui 40 mariscadores licenciados para a apanha de percebes. Integram o “Co-Pesca 2”, projecto para a gestão sustentável da pescaria apoiado pelo programa comunitário MAR2020, iniciado em 2018.
O arquipélago das Berlengas foi classificado em 2011 como Reserva Mundial da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e tem estatuto de Reserva Natural desde 1981.
A importância da conservação desta área natural à escala europeia foi reconhecida em 1997, ao ser classificada como Sítio da Rede Natura 2000 ao abrigo da Directiva Habitats.
Em 1999, foi classificada como Zona de Protecção Especial para as Aves Selvagens, ao abrigo da Directiva Aves, e está também classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogenética.