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Cinemateca exibe hoje Brin d'Amour, filme do leiriense Frederico Custódio

7 abr 2022 15:15

O realizador natural de Leiria Frederico Custódio assina um retrato íntimo sobre o percurso e o trabalho do arte-terapeuta e palhaço Alain Vigneau

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Alain Vigneau: pastor, palhaço, arte-terapeuta
DR

A narrativa de como um pastor da região dos Pirinéus se tornou palhaço profissional e depois arte-terapeuta é filmada por Frederico Custódio no documentário Brin d'Amour, que a Cinemateca exibe hoje, em Lisboa, pelas 19 horas, com a presença do realizador.

Natural de Leiria, Frederico Custódio assina nesta primeira obra um retrato íntimo sobre o percurso e o trabalho de Alain Vigneau, que conheceu em Bruxelas durante um workshop.

“À medida que fomos desenvolvendo confiança e amizade apercebi-me também da história de vida dele e achei-a muito inspiradora”, explica ao JORNAL DE LEIRIA. Sobretudo, “numa sociedade em que se fala muito pouco de liberdade interior”.

Brin d’Amour, uma longa-metragem de 70 minutos com música de André Barros, compositor da Marinha Grande, torna-se um testemunho pessoal de como resgatar a autenticidade e convida a reflectir sobre a criança que resiste em cada ser humano.

Depois da ante-estreia em Barcelona, em 2019, o documentário tem percorrido o circuito dos festivais de cinema e deverá ser projectado em Leiria no próximo mês de Setembro.

Seleccionado para nove festivais, de que se destacam o Festmedallo, em Medellín, na Colômbia, o STIFF, em Seattle, nos Estados Unidos, e o Buenos Aires International Film Festival, na Argentina, Brin d’Amour obteve o prémio de melhor longa metragem no festival online Five Continents International Film Festival.

Já gostaria de ter trazido o filme a Portugal há mais tempo, mas foi impossível, por causa da pandemia”, salienta Frederico Custódio, que é doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Eindhoven e mantém actividade como consultor na área de desenvolvimento de produto e sustentabilidade.

Frederico Custódio

Com entrevistas ao palhaço Tortel Poltrona e ao psiquiatra Claudio Naranjo, Brin d’Amour pretende abrir uma reflexão social e psicológica sobre a infância e a perda de espontaneidade, mas, ao mesmo tempo que analisa a tragédia familiar experienciada por Alain Vigneau e o impacto que as feridas dos primeiros anos têm nas vidas de cada um, também avalia o papel da arte enquanto veículo de expressão que permite gerar espaços de construção reparadores.

Actualmente a residir em Lisboa, Frederico Custódio encontra-se na fase de pré-produção de uma nova curta-metragem de ficção, com o título As Plantas Não Dormem, escrita para a actriz espanhola Consuelo Trujillo.