Desporto
Cera de abelha, resina de pinheiros e uma erva secreta: são estes os componentes da 'wax' sustentável
A alternativa ecológica à parafina tem o selo de Romeu Cristóvão e foi criada num pequeno lugar da freguesia da Caranguejeira, em Leiria.
Por estes dias, o surf é um dos assuntos mais badalados nos meios de comunicação social. Na etapa do circuito mundial, em Peniche, ou na competição de ondas grandes que se encontra em período de espera na Nazaré, televisões, rádios e jornais estão à procura da melhor história e da imagem mais espectacular.
A figura cool dos surfistas é associada a homens preocupados com o desenvolvimento sustentável do planeta, mas a maioria dos produtos que utilizam são, curiosamente, extremamente poluentes.
Desde as pranchas de poliuretano ou espuma de poliestireno, passando pelos fatos de neoprene e acabando na wax, aquela cera que serve para aumentar a aderência do surfista à prancha e que é de parafina, tudo parece ser tóxico.
Pois muito bem, há um leiriense preocupado com o futuro dos oceanos e que dirigiu todo o seu talento inventivo para resolver este tipo de problemas. Romeu Cristóvão, de 33 anos, é licenciado em Design e Multimédia e tem uma criatividade tal que o impede de ficar quieto.
Depois de ter inventado umas pranchas insufláveis de stand up paddle (SUP) para facilitar o transporte, decidiu responder agora à velha questão da wax.
Questão essa que, há uns anos, até lhe tinha criado umas pequenas borbulhas no corpo. “Sempre pratiquei bodyboard e quando estudava fazia-o sobretudo na Foz do Arelho e em Peniche. Um vez, no Verão, estava a surfar sem fato, e sofri de uma alergia. O médico levantou a hipótese de ser da wax, por ser feita com produtos petroquímicos”, explicou.
A questão foi ultrapassada mas jamais esquecida e passados todos estes anos, Romeu Cristóvão resolveu investir o seu tempo para encontrar uma solução verde. E foi no lugar de Souto do Meio, na freguesia da Caranguejeira, que Romeu estudou, experimentou e acabou por inventar a fórmula mágica da Eco Spotwax.
Em vez de parafina usa cera de abelha, resinas do pinheiro e uma erva, o verdadeiro segredo da receita, que dá a consistência certa à mistura. Com o produto “biodegradável” já em comercialização, a produção “artesanal” é feita na pequena aldeia do concelho de Leiria pelo pai de Romeu, que aprendeu a receita.
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