Sociedade
Câmara de Leiria muda parecer sobre prospecção de inertes na Barosa para desfavorável
Município alega que prospecção e exploração pode conflituar com os traçados apontados para a linha de alta velocidade.
O parecer do Município de Leiria ao pedido de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de areias siliciosas e caulinos na Barosa vai passar a ser desfavorável. Essa alteração, vertida num despacho assinado esta quarta-feira pelo presidente da câmara, foi dada a conhecer na sessão de Assembleia Municipal que está a decorrer.
Gonçalo Lopes, líder da autarquia, explicou que a mudança do parecer decorreu de uma recente reunião com representantes da Infraestruturas de Portugal, onde tomou conhecimento que zona de prospecção e eventual futura exploração colide com as opções de traçado que estão em cima da mesa para a linha de alta velocidade (LAV).
“Dos elementos facultados pela Infraestruturas de Portugal (IP), constata-se que a área inserida no requerimento para atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de caulino e areias siliciosas situa-se entre os dois corredores alternativos que serão sujeitos, oportunamente, a Avaliação de Impacto Ambiental no âmbito da fase 2 – troço Soure/Carregado”, refere o ofício, citado num comunicado que acaba de ser divulgado pela câmara.
Na informação dada à AM, Gonçalo Lopes reconhece que a preocupação manifestada, em sede de consulta pública do pedido de prospecção, por uma empresa localizada junto à área de prospecção, relativa aos impactos da exploração de inertes na operação da unidade também pesou na decisão de alterar o parecer.
No seu comunicado, o município frisa que se trata de uma empresa tecnológica [Novares], que "assegura largas centenas de postos de trabalhos, e que está associada a requisitos técnicos extremamente rigorosos, que não se coadunam com a existência de poeiras no ar, ou com má qualidade do ar, em geral, situação que pode comprometer todo o seu processo".
O despacho do presidente da câmara, com data desta quarta-feira, já foi enviado à Direcção-Geral de Energia e Geologia.