Sociedade
Bombeiros Voluntários de Leiria garantem que valores do DECIR foram aceites por unanimidade pelos operacionais
As inspecções são “procedimentos normais”, afirma vice-presidente da Associação Humanitária
A Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Leiria garante ao JORNAL DE LEIRIA que os valores acordados em Maio para serem distribuídos a todos os operacionais foram aceites por todos, sem excepção.
A resposta dos Voluntários de Leiria surge após a notícia de uma inspecção financeira da Direcção Nacional de Inspecção de Serviços de Emergência e Protecção Civil (ISEPC) à Associação Humanitária, resultado de uma denúncia de operacionais do corpo de bombeiros a reportar que as verbas relativas às equipas que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) não tinham sido pagas.
José Almeida Lopes, vice-presidente dos Bombeiros Voluntários de Leiria, explica que, à semelhança do que sucedeu nos últimos 22 anos, os valores que são atribuídos pela Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) às equipas que integram o DECIR são distribuídos por todos os operacionais que prestam serviço na corporação.
“Sempre fizemos assim, já fomos alvo de várias inspecções, o que é normalíssimo, e nunca nos disseram que nada. Em Maio, fizemos uma reunião com todos os bombeiros e as condições apresentadas foram aceites por todos, sem excepção”, sublinha. Segundo Almeida Lopes, os bombeiros que cumprem uma semana, 15 dias ou um mês de serviço, recebem 30 euros, por dia, com as quatro refeições incluídas. Aos que integram o dispositivo esporadicamente é lhes atribuída uma verba de 20 euros, por dia, e as refeições que quiserem.
“Os que vierem à noite usufruem de dez euros. Estes valores são dados a todos os bombeiros de serviço e não só a quem integra do DECIR. Não existem só incêndios florestais e todos prestam socorro para tudo o que for necessário”, frisa.
Almeida Lopes lamenta que, depois de todos terem aceitado as condições propostas pela direcção, um grupo tenha vindo opor-se e dizer que “só quem integra o DECIR é que teria direito”.
O vice-presidente da Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Leiria insiste que as inspecções são “procedimentos normais”, embora reconheça que esta partiu de uma denúncia.
“Não tenho problema nenhum com a inspecção. Até agradeço que façam essas inspecções para rectificarmos alguma irregularidade que entendemos que podemos melhorar. A ANEPC sabe qual o sistema que utilizamos, pois comunicamos-lhes como funcionamos e está afixado nos quartéis”, revela.
Almeida Lopes discorda até da forma como os valores são atribuídos. “A compensação deve ser feita por bombeiro e não para o bombeiro e ser gerida pela associação”, sublinha, justificando que os bombeiros trabalham todo o ano e não apenas quando há fogos florestais.
O comandante desmente ainda que os operacionais que integravam a 6.ª Companhia no quartel dos Cardosos tenham sido alvo de processos disciplinares por terem avançado com um abaixo-assinado. “O que sucedeu é que foi uma acção concertada e pediram a passagem ao quadro de reserva no espaço de uma hora, quando os regulamentos da associação não o permite. E houve um comunicado destrutivo e atentivo ao bom nome das pessoas e da instituição.”
“O que eles fizeram é grave. Deixaram as pessoas sem socorro. A nossa única preocupação é servir a população. Sempre o fizemos e continuamos a ser chamados para prestar socorro às pessoas daquela zona”, reforça.